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segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Exaustos de tanto AMAR...



Quer saber o que penso sobre isso? Sobre o "amor"? Você vai curtir, kkk...

Não trato aqui do amor substantivo... nem adjetivo... Trato do amor como ação, como atitude, como verbo intransitivo - parafraseando Drummond que parafraseou a Mário de Andrade... Amar não é um sentimento - tão pouco... Amar é antes e amiúde uma CAPACIDADE... Uma capacidade neuropsicológica inata...

O bem de amar cabe a quem dá amor, é pessoal e intransferível... Amar é dar sem considerar um payback... É abrir mão de seus viveres, de seu tempo, atenção, em favor de outrem... E sobre o bem de amar? Amamos porque nascemos amando, e uns mais do que outros, e outros muito mais do que uns... Mas são poucos os irremediavelmente afetados por esta febre benfazeja...

O bem de amar, para aqueles fadados a esta aventura invulgar e humana, está no feedback bioquímico... Ter o cérebro lavado e enxaguado em serotonina, endorfina, dopaminas em geral, kkkk, oxitocina, vasopressina... Amar, de fato, é orgástico... Esse é o "mal" do qual parecemos - vc e eu - padecer... Amamos as pessoas, amamos os seres vivos... amamos... kkkk... Simplesmente assim... 

Por isso pego carona em seu conceito, e sim senhora podemos amar muitas vezes e além... E tenho outra surpresa para você... Talvez - e esse é o meu caso - você também esteja destinada à sensibilidade... Podemos estar condenados a isso... E se este for o caso, trata-se do sumo da experiência humana... Pois celebre aqui e agora, neste hiato de nossa inexistência... amando sem moderação...

Mas relacionamentos podem existir sem amor... Entre pessoas que não dispõe da capacidade de amar em boas e fartas proporções... E existem ótimos companheiros onde nenhum dos dois daria a vida pelo outro, kkkkkk... O relacionamento já é uma troca... E nada mais justo que seja... Mas podemos amar a quem não se relaciona mais - ou ainda - conosco... Podemos amar e amar e amar... Refiro-me ao amor puro...

Esqueça Romeu e Julieta... Um "romance de terror", com seis mortos em três dias... Amar não requer sofrer... Mas relacionamentos jogam outro jogo, e devem ser produtivos... Ou soma ou some, kkkkk... E podem ou não conter amor... Podem ser bons ou ótimos mesmo sem amor... Mas é óbvio que melhor amando... sempre...

Eu procuro pelos detalhes que definem os contornos da vida... A espontaneidade da entrega total - se existir... Ou então sirvo-me de momentos... E tudo bem, curtimos um tempo, ou nem curtimos...
Não tenho pressa, mas estou à espreita... à espreita de algo que talvez nunca cruze o meu caminho, ou sequer exista: o epítome da entrega... Mas cogitar esta tênue possibilidade vale uma vida... Pois AMEMOS!!! Amemos sem intencionar possuir - sendo esta pois uma flagrante contradição em termos...

Então, aqueles que possam, que me sigam...

Carlos Sherman

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