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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Sobre a dignidade de tornar-se ciente...



Aliás, tenho certa admiração pelo personagem da fábula bíblica 'Adão' - e sua "colaboradora", Eva -, afinal Adão decidiu-de pela HONESTIDADE... Decidiu PENSAR, decidiu que seria importante conhecer a diferença entre o que é 'certo e errado', e percebeu que tal conduta, apesar da ameaça de morte por parte de deus, seria 'humanamente ética'... Qual seria o problema de deus com o 'discernimento'??? A menos que certos líderes judaicos estivessem interessados em "controlar o seu rebanho" - direto para o matadouro - sem questionamento, não consigo encontrar um boa razão para justificar a atitude divina... Bom, o castigo de deus não veio, e Adão viveu 930 anos... Nada mal, para um "pecador", de muitas formas bem 'original'... 

Optar pela consciência, optar por tomar 'ciência', ao invés do desespero da crença, na verdade é a escolha nobre em toda esta estória... Declarar-se um 'acéfalo' em Cristo não resume nenhuma honra, nem valor... Projetar o seu medo e os seus desejos sobre a REALIDADE não tem nada de honrado... Antes, parece patético e fraco... Esperar para saber é infinitamente mais defensável... Entender a diferença entre inexplicável e inexplicado, entender a aleatoriedade da vida, entender a própria vida, isso sim é nobre... Pensem, antes de dobrarem seus joelhos em submissão... 

Observem está maravilhosa noite de Outono, sua claridade, as estrelas no céu, a Lua que começas suavemente a minguar, um vento sul que insiste em acariciar o meu rosto, e tudo isso é único - mesmo que eu não possa conceber um projetista, um gerente geral, e que ameaça torturar à todos com sofrimento indizível por não entenderem os seus 'sinais', por não entenderem por exemplo que "leprosos são imundos", que a Terra está fixa no centro do universo, e que devemos apedrejar os nossos filhos rebeldes...

Despeço-me parafraseando Einstein, afinal somos todos ignorantes, mas não sobre as mesmas coisas... Existem muitas e maravilhosas fronteiras de conhecimento, desde que escolham a REALIDADE... Inventamos a ciência para testar a nossa lucidez - que falha com muito mais frequência do que crê a sua vã 'crença na crença', e de maneiras inusitadas, o que invoca as expressões delírio, ilusão e alucinação, quando falamos em crenças no sobrenatural... 



Carlos Sherman

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