Uma amiga publico a mensagem acima, publicada originalmente por Luis Romero Verdejo...
Arguí:
Por quê? Refere-se à 'loucura' como distúrbio mental - neurofisiológico - genético, congênito, ou adquirido por acidente vascular? O refere-se à 'parecer louco', adotar atitudes consideradas 'loucas', ou seja, intencionar praticar o que chamam de 'loucura'? O que entende por RAZÃO? Por que a razão precisa de um refúgio? Tem algum problema em ser racional? Rsrsrsrs... Beijos....
Então o próprio Luis Romero Verdejo observou:
Immanual Kant tem a resposta a todas estas perguntas....
Objetei:
[Immanuel Kant - grande filósofo prussiano, que viveu e 'pensou' no século XVIII]
Prezado Luis Romero Verdejo, com todo o respeito, devo dizer que QUASE... Kant apenas tangenciou as respostas para as questões colocadas... Infelizmente, Kant e outros bons, não conheceram a genética e a neurofisiologia... Teriam feito miséria, mas não puderam ir além... Kant bem que tentou, e deixou o seu quinhão de conhecimento tateando em direção à neurociência cognitiva em seu 'idealismo transcendental', mas tropeçando em seus 'conceitos a priori', e por mero desconhecimento de nossa neurofisiologia... Não fosse pelo fato de ter morrido antes de importantes avanços sobre o conhecimento sobre a natureza humana, Kant - pelo que demonstrou - teria revolucionado ainda mais o nosso mundo...
De qualquer forma, insisto na indagação, por que a razão é um fardo tão pesado que necessite invocar a 'loucura'? Suspeito - e nem definimos 'razão' semanticamente - que estamos tratando de conceitos diferentes... E vale observar, de maneira introdutória que tratar sensibilidade e racionalismo como características mutuamente exclusivas, não condiz com o que aprendemos - apenas no últimos vinte anos - sobre o 'cérebro' e a natureza do pensamento humano, e está portanto, fora de questão em minha abordagem...
Manter a razão é manter-se saudável, é manter-se lúcido... Considerar a 'realidade' um fardo, é uma questão no mínimo fora de lugar... E simplesmente porque a realidade é tudo o que há... Independente da realidade - de fato - ser uma codificação de nossa cognição, é possível perceber, para efeitos práticos, que compartilhamos essa realidade, e que está registrada fisicamente em nossos neurônicos... Relativismos - de ocasião - à parte, uma característica marcadamente humana é a possibilidade de comunicar e compartilhar experiências... E sabemos que compartilhamos o mesmo mundo... Vamos do ponto A para B, e no tempo C, e percebemos estas variáveis de mesma forma... E isso pode ser extrapolado para a vida... Basta um pouco de tempo e paciência, mas posso conduzir o exercício, rsrsrsrs...
A questão parece ser, se me permitem, 'o inconformismo diante da realidade'... E que remete à 'loucura'... Por exemplo, a finitude da vida... A inexistência de uma alma que habita um corpo - somos um corpo -, a falácia do livre-arbítrio, etc... Condicionados e pressionados por falácias, dispondo de um sistema neural que facilmente vacila ao discernir entre ficção e realidade, e que pode equivocar-se no reconhecimento dos padrões que regem a vida - de fato -, nos embrenhamos em refúgios, sejam eles chutar o pau da barraca - invocando a loucura, por exemplo -, ou 'tentando' - em vão - relativizar a realidade...
Se dispomos do mesmo padrão de codificação - ou decodificação -de nossa percepção cognitiva - e hoje sabemos que dispomos -, não há espaço para tal relativização da percepção do mundo real... Está em nosso imageamento do cérebro, e em uma infinidade de outros fatos e provas científicas... Desconhecer toada a Genética e a Neurociência nos relegam ao ponto onde Kant parou, e neste caso não poderemos fazer melhor do que invocá-lo... Kant apenas adentrou o magnífico século XIX, mas não viveu para conhecer Darwin, Mendel, nem Cajal... Kant foi um grande pensador, e considerando a 'falta de luz', viu o que poucos viram... Insisto em que existe uma realidade inerente ao cérebro humano... E a sua codificação está padronizada em todos os cérebros humanos, e a nossa percepção sensorial e cognitiva da realidade é - de fato - excepcional, e plenamente confiável...
Além do exposto, fomos muito além, e projetamos novos 'sensores' para - por exemplo - 'ver' o que não pode ser visto... Refiro-me o espectro de frequências eletromagnéticas... 'Escutamos' o que não pode ser escutado - por um humano... Sim, é uma ode ao racionalismo, à lucidez, à REALIDADE... O problema, devo insistir, é outro... É o pleno desconhecimento de todos este temas que residem bem abaixo da superfície da questão colocada... O que é razão - ou racionalismo? Por que o racionalismo é um fardo que nos remeteria a desejar a loucura? Não antevejo um refúgio da razão, mas antes uma fuga... Uma fuga desesperada, diante da dificuldade inerente, em conviver com a REALIDADE - ou algum tipo de desequilíbrio bioquímico ou neurofisiológico...
Peço perdão pela extensão da resposta, mas insistindo na questão colocada, e reforçando a objeção:
'Não, Kant não tem a resposta'...
Aliás, falta uma Filosofia do Comportamento Humano, que esteja fundada sobre tudo o que sabemos sobre a biologia e o subsequente comportamento humano... Essa é a nova fronteira da Filosofia... Aliás, antes que procedamos este passo, pouco pode ser feito em Filosofia... A Psicologia está tonta, a Sociologia está em cheque, assim como o Direto... Reflita sobre o exposto...
Um forte abraço, e boa noite...
Carlos Sherman
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