Não existe nada de nobre na fé...
Não existe nada de nobre
Na insistente fuga da realidade,
Pelo insistente caminho da submissão...
A fé é a apologia do abandono da realidade
Em favor de que qualquer ilusão oportuna
E/ou oportunista...
Não existe nada de ‘irracional’ na fé,
Embora exista algo de doentio...
A fé não é irracional e sim ‘emocional’...
Um ato estimulado pelo medo ou desespero,
Mas que transcorre em nosso sistema neural...
Primeiro acreditamos,
E depois buscamos razões para crer...
Primeiro nos submetemos,
Depois juntamos as armas...
Você não está louco apenas porque crê, com fé,
Mas certamente precisa de ajuda...
E obviamente, em seu delírio,
Não está em condições de guiar a ninguém,
E nem a si próprio...
A fé entorpece ainda mais o entorpecido...
A fé, apesar de embalada para presente,
E aludindo sempre à toda sorte de verbosidades, representa, de fato,
Um ato de profunda irresponsabilidade,
E flagrante inconsequência
Para com a realidade,
Para com a vida,
Para com os demais...
A fé nada explica,
Mas afasta importantes questões...
Fé é quando as respostas – prontas –
Precedem as perguntas...
E não podemos ajudar
A quem crê que tudo sabe
E em função de um único livro,
Que ele nunca leu,
Mas que nada diz além de: submeta-se ou morra...
E não podemos acordar
A quem prefere continuar dormindo
O sono analgésico da crença
Sob o efeito do placebo da fé,
E esperando trêmulo
Pelo juízo final...
Esperando pela desforra
Ou pela remissão de todo o medo...
Triste destino...
A fé é instrumento valioso,
No velho negócio de
Incutir o medo
Para vender a salvação...
A fé insiste: submetam-se...
E respondemos pensem...
Ou procurem um médico...
É sério, não fui irônico...
Carlos Sherman
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