Publicaram:
Você tem provas sólidas e fáticas (não suposições ou argumentos íntimos) que refutem a teoria do grande arquiteto universal? Pode, por gentileza, expô-las?
Comentei:
Sobre o tema 'proposto', comento que: Trata-se da falácia da Inversão do Ônus da Prova... Quem deve provar a 'existência de um' "grande arquiteto universal", é quem faz tal proposição... Não se pode provar o inexistente, trata-se de falácia lógica, e Reductio ad absurdum... Se você tem provas da existência de um "grande arquiteto universal" apresente-as... Caso contrário você não tem uma proposição, e não tem nada... Nada além de constructo em sua mente; uma mente desocupada e imatura... Porque perder tempo com uma proposição sem mínimas evidências é evidência de problemas em sua mente... Podem ser problemas neurofisiológicos, ou de doutrinação e aprendizado - sempre lembrando que a nossa capacidade de aprendizado também depende da neurofisiologia, e consequentemente da genética...
Tudo isso é um grande truque para esconder o medo e a ignorância...
(...) é óbvio que a 'descrença' não é uma crença... Mas deixemos esta ladainha de lado, baseie-se no que importa: a atitude cética... Ou seja, a atitude ética de olhar com cuidado, de olhar os detalhes... De buscar a verdade sobre as meras convicções...
Esse papo de "Eu acredito que não haja um arquiteto universal. isso é crença ainda não comprovada. Eu acredito que, pelo menos até agora, seja impossível se pegar o cotovelo esquerdo com a mão esquerda, sem qualquer dano ao braço. Isso é crença já comprovada" constitui falácia, e sofisma... E é simples demonstrar... O problema deste truque, está em dizer que é "impossível se pegar o cotovelo esquerdo com a mão esquerda" seja uma "crença já comprovada"... Não, não é... Observamos a impossibilidade, sem submetê-la ao status de crença em nenhum momento... Aliás, um homem livre com atitude ética - logo cética - não deve conjugar o verbo 'crer'... Pra quê? Você observa a impossibilidade, mas a proposição a ser testada será a possibilidade... Ou seja, 'podemos pegar o cotovelo com a mão - no mesmo braço? Esta é a proposição... Não se trata de provar a 'inexistência', nem a 'impossibilidade'... Falta familiaridade com o Método, com a Epistemologia, com a Ciência, a quem formula tais sofismas... E concordo com vocês: 'o sofisma não se presta à manutenção da razão'... O sofisma, aliás, não se presta a nada, conforme espero ter demonstrado acima... O sofisma é um truque mental, e para que precisamos de truques?
Não devemos nos fundamentar na 'descrença'... Isso não importa... Não crer em amiguinhos imaginários super-poderosos não é o que importa... O que importa é a atitude cética... A descrença é consequência do ceticismo...
Carlos Sherman
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