Comentei em um debate:
Não existe OCIDENTE... Esta polarização nos afasta de uma análise racional, sem vitimologias, nem bandeiras... Trata-se de um processo contínuo, histórico, sem culpados nem inocentes... Devemos analisar desapaixonadamente a questão, nossas características genéticas, meméticas, modelos ou estruturas de civilização em movimento, e não estáticas... Abandonando o conspiracionismo, mas claro, de olhos bem abertos... Não existe 'OCIDENTE assim' e 'ocidente assado'... Nem as teocracias do Irã e do Paquistão, que visitei em várias oportunidades, tem muito em comum... Nem a União Soviética e a China coincidiram em suas ditas revoluções... Os padrões que regem estes processos são mais sutis e complexos do que 'ocidente' e 'oriente'... Vem do homem, suas caraterísticas e dos acordos sociais de cada grupo... Estes acordos também mudam, e são revistos, como maior ou menor frequência... O Diego diz que "Michel Foucalt, em seu livro 'Vigiar e Punir' demonstra que o fato 'crime', além de causar um sentimento de repúdio e aversão, serve, de outro lado, para tornar mais próximos os pares de uma determinada Nação"... Sim, no sentido de que refletimos sobre os nossos acordos sociais, nossas leis, e convergimos como nação ou povo... Isso nos integra, por certo, mas deve provocar revisão e melhoramento continuado destes critérios ou acordos... Não significa porém que devamos comemorar os crimes, ou que não podemos crescer sem eles, mas que podemos aprender com eles... E o aspecto mais importante, não tratado aqui, são as medidas preventivas...
E ele segue "é algo, até comum em todos os organismos sociais, de outrora e da atualidade", e sem dúvida... A comoção de um povo produz reações, que deveriam ser pautadas pelas vias legais... Ou seja, revisemos nossas leis, aliviando, recrudescendo, mas este é um processo natural, como assinala Foucalt... O Livro Verde do Aiatolá Khomeini, estabelece que “Se o homem sodomizar o filho, o irmão ou o pai de sua esposa após o casamento, este permanecerá válido”.... E a 'sodomia' entre homem e mulher também é regrada: “Durante a menstruação da mulher, é preferível o homem evitar o coito, mesmo que não a penetre completamente – ou seja, até o anel da circuncisão – e que não ejacule. É igualmente desaconselhável sodomizá-la”... Tais acordos, ou regras, decorrem diretamente, a priori, das demandas deste grupo... Tais regras serão superadas e modificadas, pouco a pouco, e a velocidade do processo histórico será difícil de precisar...
Mas já passamos por isso, e já versamos sobre ditos temas em nosso passado social, em países mais avançados no aprimoramento de seus acordos sociais... Considero 'avançado' não versar sobre a intimidade, e mantendo o foco na garantia dos diretos humanos e individuais, no direto à liberdade de pensamento, no direito à vida, e a justiça, sem nenhum tipo de discriminação, senão a busca da virtude e da verdade... Ou seja, e concluindo, não nos esqueçamos de entender a história como processo contínuo, natural e complexo... Assumir posições, e remeter a simplismos, remete a outro tipo de debate, diferente do que Diego tratou de estimular... Discutamos o processo social e histórico, guardemos as bandeiras...
Carlos Sherman
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