Um Manifesto Ateísta
por Guto Júnior
Muitos perguntam que diferença faz se um homem acredita em um Deus ou não.
Faz uma grande diferença.
Faz toda a diferença do mundo.
É a diferença entre estar certo e estar errado; é a diferença entre verdade e imaginação – fatos ou ilusão.
É a diferença entre a terra ser plana e a terra ser redonda.
É a diferença entre a Terra ser o centro do Universo ou uma minúscula partícula em um vasto e inexplorado oceano com multidões de sóis e galáxias.
É a diferença entre o conceito apropriado de vida ou conclusões baseadas em ilusões.
É a diferença entre o conhecimento comprovado e a fé da religião.
É uma questão de Progresso ou de Idade das Trevas.
A história humana comprova que a religião perverte o conceito do homem a respeito da vida e do Universo; que o transforma em um covarde submisso ante as forças cegas da natureza.
Se você acredita que há um Deus; que o homem foi “criado”; que foi proibido de comer o fruto da “árvore do conhecimento”; que foi desobediente; que é um “anjo caído”; que está pagando a punição por seus “pecados” – então você devota seu tempo rezando para satisfazer um Deus iracundo e ciumento.
Se, em contrapartida, você acredita que o Universo é um grande mistério; que o homem é produto da evolução; que nasce sem qualquer conhecimento; que a inteligência é fruto da experiência – então você devota seu tempo e energia para melhorar sua condição, na esperança de garantir uma pequena felicidade para si e para seus semelhantes.
Essa é a diferença.
Se o homem foi “criado”, então alguém cometeu um grave engano.
É inconcebível que qualquer forma de inteligência desperdiçaria tanto tempo e esforço para produzir um fragmento de vida tão inferior – com todas as “enfermidades herdadas pela carne” e com toda a miséria e sofrimento que são parte tão essencial da vida.
Se o homem é um “anjo caído” por ter cometido um “pecado”, então a enfermidade e o arrependimento são parte do imperscrutável plano de Deus como punição imposta ao homem por sua “desobediência”, e toda a vida do homem é devotada à expiação desse pecado a fim de suavizar tal acusação ante o “Trono de Deus”.
A expiação do homem consiste em fazer-se o mais miserável possível através da oração, do jejum, do masoquismo, da flagelação e de outras formas de tortura.
Esta ilusão sádica faz com que ele insista – sob medo de punição – para que os outros também sejam tão miseráveis quanto a si próprio, pois teme que, se os outros falharem em ser como ele, isso provocará a ira do seu Deus tirano, que castigará com mais severidade.
O resultado inevitável é que o homem não devota sua vida aos princípios essenciais do viver e do bem-estar, mas à construção de templos e igrejas onde pode “elevar sua voz a Deus” em um frenesi de fanatismo, eventualmente tornando-se uma vitima da histeria.
Seu tempo e sua energia são desperdiçados para purificar sua “alma” – a qual ele não possui – e para salvar a si mesmo de uma punição futura no inferno – que existe somente em sua imaginação.
Quão certo estava Robert G. Ingersoll quando disse que “O cristianismo produziu mais lunáticos do que manicômios para interná-los”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.