Homem, mulher, gay, lésbica ou... pierrô? |
Crescei
e multiplicai
Se considerarmos a
homoafetividade sob a perspectiva da procriação e como um problema, e que nos instiga
a buscar uma ou mais causas, será necessário confrontar também a pílula anticoncepcional,
assim como a postura celibatária, ou a decisão de muitos - em um mundo
superpovoado - em não ter filhos... Se afastarmos a questão da procriação, e
não tendo tempo a perder com as ladainhas do falso moralismo e da contradição
bíblica – que entre outros absurdos considera a ‘contaminação por mulher um
pecado’, além de amaldiçoar em diversas passagens o sexo, a gravidez, e o parto –
eliminamos o caráter ‘problema’ na questão homoafetiva...
Partindo então deste ponto de vista honesto, a
homoafetividade é muito mais uma resultante do que uma opção ou volição, ou
decisão... E menos ainda causa, isolada, de algum tipo de problema... Em face
da multiplicidade de opções da rica condição humana, genética, percepção, características,
linguagem, aprendizado, etc, a homoafetividade não é nada senão um rótulo
impróprio – ainda que supere em muito o estigma da homossexualidade, que causa
confusão em muitos, miopia em outros, e a ira dos burros e hipócritas...
Ser ‘masculino’ ou ser ‘feminino’,
não vai muito além da questão semântica e cultural... O que significa ser masculino
em uma cultura pode ser feminino em outra, como o beijo na boca entre homens no
mundo islâmico, e em culturas como a Rússia... De forma que, protegidos da
culpabilidade, seja ela de ordem genética e/ou comportamental, a questão de
opções e da individualidade, é matéria exclusiva da vida privada, e onde à intimidade deve respeitada, resguardada e garantida pelo 'Estado de Direito'...
Não temos, portanto, que ‘assumir’
ser homem, mulher, lésbica, gay, e nem nada... Nem deixar um armário inexistente...
Assumir não é um grande gesto, posto ser um gesto falho e desnecessário... Assumir não é requerido... Precisamos sim, entender... E não podemos, tampouco, panfletar por um mundo
gay, porque fatalmente recairíamos na mesma via do preconceito, só que ao
revés... Não é necessário fazer a apologia da homoafetividade, e nem tampouco discuti-la...
A atitude reacionária e da moral doentia, pode ter fustigar o revide, mas não devemos
persistir no erro... A multiplicidade de
comportamento, e um parâmetro social essencial: A Liberdade...
Isso sem falar no respeito - inegociável - ao afeto... Toda maneira de amor vale a pena!!! Afinal, moralistas, amar não é o que importa?
Alguns humanos, anatomicamente 'machos', sentem identidade involuntária com comportamentos mais delicados, descartando 'a típica' brutalidade masculina - um padrão impreciso... Outros humanos, anatomicamente 'fêmeas', encontram proteção na identidade com a 'força' dos machos - um conceito igualmente impreciso... Temos características quanto ao humor, delicadeza, brutalidade, afeto, etc... E nenhuma destas características é território exclusivo de GÊNERO... A vida - para mim - é uma miríade de possibilidades... A condição humana também...
Não devemos, portanto, buscar ‘causas’
para a homoafetividade, embora já as conheçamos, a multiplicidade genética e
comportamental, mas sim, encontrar na reflexão pura e elevada, sobrados motivos
para respeitar essa ‘multiplicidade de comportamentos humanos’... Não somos hétero
nem homo, somos muito mais do que isso, e esta condição per si, não define nada,
nem ninguém... Somos humanos livres... Somos múltiplos e variados, quanto às
preferências públicas e privadas e, sobretudo, em relação às preferências
íntimas...
Crescei em conhecimento e ética, e multiplicai em sabedoria e bem estar...
Adote uma criança ao invés de perder-se em preconceito... A Humanidade agradece... Duplamente...
Adote uma criança ao invés de perder-se em preconceito... A Humanidade agradece... Duplamente...
Carlos Sherman
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