A
crítica de Nelson Motta:
Nelson Motta: adorei o som, só não
gostei do vocal. parabéns. grande abraço. jazz-soul, se canta
com a alma. talvez o fato de ser ateu atrapalhe nisso.
Carlos Leger
Sherman Palmer:
Prezado Nelson Motta, rsrsrsrsrs, Jazz, soul, blues, rock, MPB e tudo, se canta com sensibilidade e emoção pura, genuína... E técnica... Ou não funciona... Alma é pura superstição... Misturar arte com crença, e ainda deflagrar tal tipo de julgamento preconceituoso, é algo que não esperava de um cara como você... Só espero que você não relacione - também - a quantidade da melanina na pele ou a opção sexual, em sua critica 'musical'... Aliás, sempre admirei o seu trabalho, menos do que as suas idéias fora do âmbito musical... Mas vejo que além de profundo desconhecimento de tantas questões relativas ao conhecimento humano, o seu juízo e competência profissional - também - é passível de dúvida; porquanto guarda preconceitos e pré-concepções... Sua pré-concepção, de que sentir, esteja relacionado com crenças em deuses, em alma, e no sobrenatural, é primária...
O maior problema não reside no desconhecimento, e sim nas pré-concepções... Mas a questão das superstições vai sendo solucionada pouco a pouco... Acho que isso atrapalhou também a Neruda, Picasso, Scott Fitzgerald, Anaxágoras, Epicuro, Aristarco, Sócrates, Francis Bacon [provável autor das obras de Shakespeare], Bakunin, Ayn Rand, Joseph Campbell, Voltaire, Javier Barden, Angelina Jolie, Brad Pitt, Bill Gates, Warren Buffett, Humberto Eco, Ingmar Bergman, Jean-Paul Sartre, Simone de Bervoir, William James, Bertrand Russel, Sarah Bernhardt, Paulo Francis, Woody Allen, Lance Armstrong, Carl Sagan, Dawkins, Dennet, Pinker, Paulo Autran, Lima Duarte, Fernando Pessoa, Drummond, Quintana, Borges, Jorge Amado, Saramago, Cora Coralina, Drauzio Varella, Luis Fernando Veríssimo, Jabor, Machado de Assis, Joyce, Keats, Hector Berlioz, Pierre Berton, Ambrose Bierce, Bruce Lee, Lenin, Richard Burton, Jack Nicholson, John Malcovich, Arthur Miller, Linus Paulin, Da Vinci, James Randi, Pierre Boulez, Luis Buñuel, Andrew Carnegie (Carnegie Hall), George Carlin, Bresson, Crick, Jay Gould, Greenaway, Hitchens, Salman Rushdie, Oliver Sacks, Schopenhauer, Omar Sharif, Bernard Shaw, Tom Wolfe, Gene Wilder, Holbach, Nietzsche, Marx, John Nash, Harris, Hume, Huxley, Schrodinger, Feynmann, Foucault, Eisntein, Darwin, Auguste Comte, Le Corbusier, Diderot, Diágoras, Mark Zuckerberg, Engels, Feuerbach, Wittegenstein, Gertrude Stein, Kinsey, George Soros, Ted Turner, James Watson, Milan Kundera, Burt Lancaster, Katharine Hepburn, Irving Berlin, George e Ira Gershwin, Shostakovich, Korsakov, Strauss, Brahms, Jim Morrison, Billy Joe, Bob Geldof, Chico Buarque, Caetano Veloso, Renato Russo, Paul McCartney, David Gilmour, Roger Waters, Brian Eno, Phil Collins, John Lennon, Brando, Chaplin, Vinicius de Moraes, Frank Zappa, Lemmy, Nick Mason, Marvin Gaye - assassinado pelo pai crente e pastor -, Eddie Veeder, David Bowie, Dave Mathews, Sting, John Mayer, Jimmy Buffett, Joni Mitchel, Sarah Mclachlan, Ziggy Marley, Bob Dylan, David Crosby, Stephen Stills, Nash, Neil Young, membros do Red Hot Chilli Peppers, Stone Temple Pilots, The Police, Oasis, Rush, Supertramp, AC/DC, Metallica, Iron Maiden, Kiss, Queen, Van Halen, The Who, Led Zeppelin, The Doors, The Rolling Stones, Black Sabbath, Deep Purple, entre tantos e tantos outros, rsrsrs... Mas 'Assim Caminha a Humanidade', como bem lembrou - o seu amigo descrente - LULÚ SANTOS, rsrsrs... Raul Seixas também não terminou a sua vida, interessado em divindades...
A 'ausência de crenças sobrenaturais' destes pensadores, poetas e artistas deve ter influenciado e diminuído a força de suas respectivas obras...Este é o meu encontro com homens notáveis... Alguns dos homens mais notáveis de todos os tempos... E provavelmente esta lista resuma muitos dos seus heróis... Fui católico, espírita, taoísta e SUFI... Além de surfista zen... Mas cresci, estudei, viajei, aprendi... Sou um homem maduro, evoluído... Tenho um ancestral comum com símios... Não vim do barro, posto que não tenho ancestrais comuns com tijolos... Sou empresário, engenheiro, filósofo, escritor, poeta e músico... Mesmo que para ser músico, segundo vosso critério, sejamos obrigados a crer em deuses, almas, ou afins...
Então Nelson, sem 'alma' não dá pra ter sensibilidade, não é verdade? Você desbancou a maioria dos grandes grupos e artistas, músicos, autores, filósofos, pensadores, poetas, e letristas da história; e só por que ainda acredita em um amiguinho imaginário e em alma do outro mundo, à essa altura da vida... Não é possível perceber pela listinha cima, que 'crença' nada tem a ver com criatividade ou sensibilidade? São temas distintos, com abordagens distintas... A sensibilidade vem da percepção, da cognição, e da experiência... A crença vem do ensino médio e fundamental, da falta de educação específica, ou da ausência de melhores respostas para a questões essenciais da vida... Ou trata-se de problema clínico... Existe também a motivação criminal.... Estelionato e charlatanismo em nome do sobrenatural, e trabalhando sobre o medo e a ignorância...
Simple like this...
Você poderia ter dito que eu semitonei, ou desafinei por completo... Poderia ter criticado a minha vocalização, técnica vocal, empostação da voz... Poderia ter até dito que faltou emoção, entrega... Ou simplesmente que canto mal pra caramba, ou que não agrado ao seu gosto... Que meu canto é uma merda... Mas dizer que canto mal porque sou ateu é o suprassumo do absurdo... Eu desconhecia este novo conceito de crítica musical, por CREDO... Decepção total, ampla geral e irrestrita... Você poderia ter passado sem essa... Arrotando sua certeza crente, na cara de quem só quer curtir um som? Assumindo ares de crítico musical, e partindo para o preconceito por credo? Que porra é essa? Trata-se de uma ofensa grave, e uma postura abaixo da critica...
Acabei de discutir o tema com o meu grande amigo e parceiro André Christovam, e rimos muito de tudo isso... Christovam, que é espírita e médium, também não vê cabimento em seu comentário... Eu deveria me drogar para cantar rock, ou ser homoafetivo se quiser cantar uma composição do ateu David Bowie? Christovam, foi apresentado a Muddy Waters como um bluesman brasileiro.. Ao que Waters teria retrucado dizendo: 'Do you go to the church on sunday morning?'... Não posso culpar Waters por não ter estudado [Astrofísica, Genética, Neurociência, Antropologia, Mitologia, etc...] e ter encontrado os padrões [equivocados] de viver através da 'sua dita espiritualidade', ou da pura fantasia... Mesmo que a sua dita 'devoção' não condiga com a sua postura ética, e em absoluto... Waters vai à missa fazer o que? Rsrsrsrs... Mas Christovam não é negro, assim como Clapton, entre outros... No seu conceito, além de credo não é necessário ser negro? Ou ser negro para entender de percussão?
Antes, todo e qualquer bluesman foi um tremendo transgressor... Se tivessem estudado seriam 100% não crentes... Seria coerente... Mas os novos bluesmen já estão completando o ensino médio e fundamental... Ou preciso seguir os passos de Robert Johnson e 'pactuar' com o diabo, para tocar e cantar blues? Ou preciso ser um 'homem lobo', que pactuou o seu destino com um zumbi saído de um cemitério, como Howlin Wolf? Ou a espiritualidade necessária é a de criminosos como Little Walter? Qual é o credo necessário 'to play the blues'? O primeiro blueman que se tem notícia foi um trovador da comitiva do Maomé... O cara ficou tão famoso que foi limado da gig...
Baseio a minha música em três conceitos: 1. 'Blues é fácil de tocar e difícil de interpretar' - do descrente Jimi Hendrix... 2. 'O Blues é a raiz, e o resto são os frutos... Se quiser bom frutos, retorne às raízes' - Willie Dixon... Dixon se referia à música, e não à credos, nem à cor da pela... 3. 'Uma cara branco, nascido em Santa Cecília, São Paulo, e bem longe do Mississipi, não pode ser chamado de bluesman... Eu tenho uma atitude bluesy' - do meu amigo, espírita, André Christovam...
Cat Stevens foi muito mais brilhante antes de sua conversão ao islamismo...
Para sentir a música basta ser humano... A música vem da cultura, a cultura vem do homem... Trata-se do homem pelo homem... E alguns homens, por medo, pela auto-sugestão, e por ilusão dos sentidos, ou por algum tipo de patologia neurológica, se apegam a toda sorte de crendices... Outros não precisam disso, e são capazes de viver sua plena humanidade sem fantasias... Ser descrente e humano, não tem nada a ver com ser ambicioso e ganancioso... Como reza a ignorância vigente... Bush é temente a deus, assim como Hitler justificava o seu sucesso como obra da 'providência divina' em Mein Kampf... Aliás, não fosse Chico Xavier doutrinado pelo kardecismo de Hyppolite Léon Denizard Rivail - nome fantasia Allan Kardec -, poderia ter tido um destino bem diferente... Xavier era, sem a menor sombra de dúvidas, um caso clássico e severo de 'esquizofrenia'... Um sujeito do bem, de origem muito humilde, incapaz de superar a perda da mãe, e que se converte em um personagem do imaginário popular... Se Xavier tivesse sido educado de forma científica, poderia ter tido o mesmo fim de John Nash, Prêmio Nobel de Ciência Econômicas (interpretado no filme Um Mente Brilhante, por Russell Crowe)... Mas outros como Anders, Wellington Menezes, Jim Jones, Charles Mason, e a galera do Heavn´s Gates, piradaços de carteirinha, esquizofrênicos, foram formados pelo Manual de Matanças, a Bíblia, e se converteram em serial killers, homicidas ou suicidas , em nome de deus...
Acho que continuarei cantando mal, dentro do seu conceito músico-esotérico, da sua crítica musical pelo tipo de credo, e mantendo a minha integridade intelectual... Não crer em deuses não é outra crença, assim como não colecionar selos não é outra coleção... Não vivo a minha vida baseado em fantasias, e isso é necessário para produzir justiça no julgamento e em minhas ações... É antes de tudo, Ético... Projetar minha fantasia não ajuda... Antes, fantasiar cria mais confusão, e prezo a minha existência, e a dos demais... As crenças já mataram muito, estão mais amenas, mas decorrem do mesmo modelo carcomido...
Não gosto do termo ateísmo, porque acreditar em deuses é tão absurdo, que não posso resumir a minha vida pela negação de um absurdo... Vivo em um mundo natural, sujeito exclusivamente às questões naturais, REAIS... Não existe sensação e emoção maior do que VIVER a realidade... Você não tem idéia de como seja... Cantei esta música em 'ponto de orvalho', prestes desabar, enquanto recordava Lake Charles na Louisiana, onde vivi por um tempo... Idealizei o arranjo, com tudo o que senti e captei - mesmo sem fantasmas - em New Orleans... Isso misturado com a forma de sentir o Jazz novaiorquino, e o grip da ilha... Vivi a cena também em Saint Louis, e o no Green Parrot em Key West - morada do ateu Ernest Hemingway... Minha música é sentida em um nível de profundidade que você desconhece: A VIDA REAL... A emoção real... 100%... The Real Thing... Humana... TROPPO UMANA, como diria o meu grande amigo, músico e poeta milanês Pino Mercuri...
Mas obrigado por ter escutado o meu 'som sem alma e sem superstições'... Assim mesmo foi uma grande honra...
What is - really - going on?
Carlos Sherman
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