Martha Medeiros
escreveu:
“Eu
acredito em Deus. Mas não sei se o Deus em que eu acredito é o mesmo Deus em
que acredita o balconista, a professora, o porteiro. O
Deus em que acredito não foi globalizado. O Deus com quem converso não é uma pessoa, não é pai de ninguém. É uma idéia, uma energia, uma eminência. Não tem rosto, portanto não tem barba. Não
caminha, portanto não carrega um cajado. Não está cansado, portanto não tem
trono. O Deus que me acompanha não é bíblico.
Jamais se deixaria resumir por dez mandamentos, algumas parábolas e um
pensamento que não se renova. O meu Deus é tão
superior quanto o Deus dos outros...”...
E depois:
“O Deus em que acredito não é tão bonzinho: me castiga e
me deixa uns tempos sozinha. Não me abandona, mas me exige mais do que
uma visita à igreja, uma flexão de joelhos e uma doação aos pobres: cobra caro pelos meus erros e não aceita promessas
performáticas...”...
E finalmente:
“Não posso imaginar um Deus repressor e um Deus que não
sorri. Quem não te sorri não é cúmplice...”...
Lindo texto,
contraditório, e vazio... Vai do nada ao lugar algum... Bem ao estilo Martha
Medeiros... Projetando suas manias, “achismos”, crenças, vontades e até caprichos; como
se fossem verdades universais... Sua visão individual deve ser respeitada, mas
se os horizontes se estendem para o plano das idéias gerais, seria melhor
estudar e manter um mínimo de coerência... Para garantir um mínimo de
utilidade...
Gosto de muita coisa que Martha Medeiros escreve, mas como iconoclasta, não estou em busca de ídolos e sim de idéias... Cada texto de Martha Medeiros vale como um texto, e não mais... E como texto precisa ser bom... Acho que Martha encontrou a receita do sucesso, e acho que ela aborda de forma muito inteligente diversos temas, mas é só mais uma escritora, como tantas outras... Sua fama Global não me deslumbra...
Martha em outro texto pede para traçar uma "linha amarela", em sinal de ATENÇÂO, para salvar o "sagrado de cada um"... Por que precisamos de tanta proteção e não-me-toques, para entrincheirar verdades ou hábitos? E ela também defende os hábitos sobre a razão, sempre recheando com palavras de efeito e lugares-comuns... Qual é o problema em evoluir? Martha acredita que nasceu escrevendo e dotada in natura pelos mesmos pontos de vista que cultiva até aqui? Por que quer parar de aprender e amadurecer? Só uma explicação me vem à mente: capricho... E como tem dado certo, porque mudar, não é mesmo? Errado... Pode ser melhor, mas não advogo em nome do perfeito, e sim do simplesmente melhor... Sempre... O melhoramento contínuo...
Gosto de muita coisa que Martha Medeiros escreve, mas como iconoclasta, não estou em busca de ídolos e sim de idéias... Cada texto de Martha Medeiros vale como um texto, e não mais... E como texto precisa ser bom... Acho que Martha encontrou a receita do sucesso, e acho que ela aborda de forma muito inteligente diversos temas, mas é só mais uma escritora, como tantas outras... Sua fama Global não me deslumbra...
Martha em outro texto pede para traçar uma "linha amarela", em sinal de ATENÇÂO, para salvar o "sagrado de cada um"... Por que precisamos de tanta proteção e não-me-toques, para entrincheirar verdades ou hábitos? E ela também defende os hábitos sobre a razão, sempre recheando com palavras de efeito e lugares-comuns... Qual é o problema em evoluir? Martha acredita que nasceu escrevendo e dotada in natura pelos mesmos pontos de vista que cultiva até aqui? Por que quer parar de aprender e amadurecer? Só uma explicação me vem à mente: capricho... E como tem dado certo, porque mudar, não é mesmo? Errado... Pode ser melhor, mas não advogo em nome do perfeito, e sim do simplesmente melhor... Sempre... O melhoramento contínuo...
Fico feliz porque
Martha já conseguiu entender o absurdo do deus bíblico... Fico desanimado
porque ela não tem a coragem de admitir que fala apenas de um processo íntimo, uma
invenção pessoal, e portanto não precisaria se chamar: "deus"... Ela tenta contemporizar com “o meu deus”, que é diferente do
deus da “balconista, a professora, o porteiro”... Mas, “é tão superior quanto o Deus dos outros”... Tudo muito inútil...
“Meu deus não é
globalizado”... Não? Não tem alcance global, mundial? Ou será que o clichê da não-globalização
renderia maior audiência? Tudo pela fama, um "deus" que "não é deus", uma "onipresença" que "não é global"...
O Deus-Martha "Não
tem rosto, portanto não tem barba", mas "sorri"? "É uma
energia", mas tem julgamentos morais, "não
é tão bonzinho: me castiga e me deixa uns tempos sozinha"... Bem freudiano, bem pessoal, e inútil...Se não causasse tanto mal, digo, a psicanálise...
Martha Medeiros
escreve muito bem, mas escreve bem melhor do que pensa... Martha joga pra galera, e tem uma legião de fãs
e seguidores, mas de fato, vale mais pelos aforismos do que pela coerência...
Coerência não é o forte de Martha, que frequentemente despreza o pensamento,
para na frase seguinte reclamar da estupidez e da ignorância... Egocentrica,
"eu, eu, meu, minha", mas como disse, escreve muito bem... Talvez
seja por isso que, com tantas incoerências convença a tanta gente... Pela
verborragia...
Somos mesmo
atraídos por ídolos, ou por aqueles que assumem a postura de sentenciar... Como
Martha... Mas não basta evocar rimas, dar ritmo, e fazer uma sopa com clichês e
palavras bonitas, ou estrategicamente controversas... É preciso fazer
sentido... A poesia na sua intimidade não admite críticas, é íntima e pode ser
qualquer coisa... Mas versar sobre verdades universais precisa trazer alguma
substância incorporada... E coerência... Ou não será mais do que NADA...
Parece
ser que, Martha define o seu Deus, como a sua imagem e semelhança... Será que
ela á Deus? Ou acredita que seja?
Carlos Sherman
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