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segunda-feira, 26 de agosto de 2013
quarta-feira, 14 de agosto de 2013
Profissão: Cientista
Nada é mais sublime do que a atitude de tornar-se CIENTE - pela prova... Mas não existe a 'carreira' de cientista... Existem cientistas em diferentes áreas... O que precisamos é de estímulo à investigação científica... Este é o panorama em todos os países do mundo desenvolvido e mesmo onde se pratica verdadeira 'Ciência', ou Ciência de Ponta... e esse é o desenrolar da História...
O que seria da 'Ciência' se um funcionário público do registro de patentes, como Einstein, 'não matriculado como cientista', não ousasse descortinar o Universo??? E um jornalista como Franklin não decidisse empinar sua pipa para descobrir o pára-raios, ou 'n' clérigos não houvessem desafiado a noção vigente sobre o Cosmos, para tirar a Terra de seu glorioso reinado??? O que precisa ser normatizada e regulamentada é a Metodologia Científica, e as consequentes diretrizes para o apoio governamental à pesquisa... Ou seja, muito lixo é apoiado como inciativa científica... Mas não existe a 'profissão' cientista... É o mesmo que generalizar a profissão de 'Inventor'... Ser um cientista, equivale à uma atitude e uma disposição para abordar a vida... Nada mais e nada menos... Mas é necessário critério e regulamentação, e não 'diploma de cientista' ou 'carteira assinada como cientista'...
Apostei na Suzana Herculano-Houzel como porta-voz da Ciência em nosso país, mas tenho me decepcionado dia após dia... Agora esse papo de 'gringos', e tudo o mais... Temo que a fama tenha subido à cabeça de nossa 'pesquisadora', uma boa cabeça, mas em defesa de teses discutíveis... por vezes, quase crentes, como no caso da discussão em favor do 'livre-arbítrio' no Roda Viva... E no infeliz debate que travou com uma aluna, publicamente e pelo Facebook, o que considero questionável sob o ponto de vista Ético...
E moçada, termos como 'culpa', não nos levam a nada, cientificamente falando, e psicossociologicamente falando... O buraco é mais embaixo, sem culpados nem inocentes, e sem gringos... E o Brasil, insisto, faz parte do planeta e da realidade... E é evidente que o conhecimento evoluiu, embora não como gostaríamos... E isso faz parte de uma processo 'humano', e também cultural, mas não somos uma exceção em um caldeirão chamado humanidade...
Desconfiem sempre que disserem 'o problema do Brasil é', 'o problema da Ciência no Brasil é', e desconfiem ainda mais se o 'intencionalismo' for invocado para justificar a culpabilidade de um 'grupo', neste caso um grupo de mais de 200 milhões de 'culpados' chamado Brasil... A realidade pode ser muito menos glamorosa, mas é 'real'... Sabemos como o processo funciona, suas intercorrências psicológicas, sociobiológicas, climatológicas, demográficas, geopolíticas, culturais, e históricas... Um processo não intencional convergente, contingente, e que desemboca na realidade...
Debate com Suzana Herculano:
É tão simples quanto viajar ao exterior - ou para o Norte ou Sul do Brasil - intercambiando idéias... Mas não porque necessitemos do reconhecimento de 'gringos', mas 'sim' porque necessitamos de interlocutores de peso... Não importa se gringos ou não, mas precisamos conversar com quem pode nos aportar algo... E não constitui demérito algum que esta pessoa esteja em outros países...
Estou mais ligado ao pessoal da UFSCar, e alguns de meus interlocutores puderam fazer mestrado, doutorado e pós-doutorado no exterior, e sem problemas... E alguns publicaram o seu trabalho no exterior, como Edgar Zanotto, considerado um dos maiores cientistas na área de materiais, em especial em relação ao vidro, no mundo - devidamente valorizado e consagrado dentro e fora de nosso país...
Mas não adianta esperar que a nossa força acadêmica destoe tanto de nossa formação básica e média... Temos que evoluir em termos educacionais desde a nossa base, e acredito até que temos mais incentivos no topo da academia do que permitiria a nossa situação em relação ao ensino básico... Evidentemente gostaria de ver muito mais trabalhos científicos desenvolvidos e publicados, mas sei que isso precisará companhar a realidade brasileira....
Mas voltando ao ponto, quando intercambiarmos conhecimento, não estamos prestando nenhuma reverência aos 'gringos', e 'sim' a outros cientistas... O conhecimento, lembrem-se, não conhece fronteiras... O que importar é subir sobre os ombros de gigantes, e não se eles falam ou não a língua portuguesa... Sacks, Damásio, Pinker, Bloom, entre tantos outros, não importa o idioma que falem, são homens notáveis que devem ser ouvidos, conhecidos, e cujas idéias devemos compartilhar - e se o orçamento permitir: pessoalmente...
Carlos Leger Sherman Palmer Suzana Herculano-Houzel, problemas complexos demandam respostas complexas... E não vejo a questão como você... Não vejo a necessidade de regulamentar uma profissão 'cientista', e acho que os problemas na academia estão correlacionados com os problemas da importância do ensino de forma geral... E como disse, sobre 'gringos', acho um absurdo o aforismo: "E, curiosamente, o reconhecimento dentro do nosso próprio país depende de reconhecimento internacional. É triste, mas ainda é assim que funciona: é preciso ter aval dos gringos antes de ganhar aval interno. Jovens cientistas: conquistem o mundo, e quem sabe assim vocês conquistarão algum respeito aqui, também..."... Isso posto dentro do contexto do seu texto...
Tenho propostas sim, mas para todo o ensino no Brasil, sobre a remuneração, formação e regulamentação das carreiras de professores, e métodos de ensino - nos diversos níveis, e sobre a regulamentação de investimentos na área científica... Muito dinheiro é desviado - e isso também é conjuntural... E assim, dentro de um processo natural, dentro da realidade brasileira, encontraremos o nosso papel... Mas trata-se de uma questão conjuntural... Só o melhoramento contínuo, e no tempo, darão cabo desta situação... Medidas revolucionárias não chegarão a parte alguma...
Não vejo propostas claras em seu texto, e sim uma conclamação política - e vazia... Jovens cientistas contra o domínio dos gringos, embora considere fundamental viajar e trocar idéias - o que é louvável... As questões estão mal colocadas... Porque a nossa Ciência 'vai bem obrigada', se comparada ao nosso ensino... Melhore o ensino e teremos mais pessoas em condições 'tomar ciência' de como a vida e o universo funcionam...
Muita calma nessa hora, rsrsrsrsrs...
Carlos Sherman
O que seria da 'Ciência' se um funcionário público do registro de patentes, como Einstein, 'não matriculado como cientista', não ousasse descortinar o Universo??? E um jornalista como Franklin não decidisse empinar sua pipa para descobrir o pára-raios, ou 'n' clérigos não houvessem desafiado a noção vigente sobre o Cosmos, para tirar a Terra de seu glorioso reinado??? O que precisa ser normatizada e regulamentada é a Metodologia Científica, e as consequentes diretrizes para o apoio governamental à pesquisa... Ou seja, muito lixo é apoiado como inciativa científica... Mas não existe a 'profissão' cientista... É o mesmo que generalizar a profissão de 'Inventor'... Ser um cientista, equivale à uma atitude e uma disposição para abordar a vida... Nada mais e nada menos... Mas é necessário critério e regulamentação, e não 'diploma de cientista' ou 'carteira assinada como cientista'...
Apostei na Suzana Herculano-Houzel como porta-voz da Ciência em nosso país, mas tenho me decepcionado dia após dia... Agora esse papo de 'gringos', e tudo o mais... Temo que a fama tenha subido à cabeça de nossa 'pesquisadora', uma boa cabeça, mas em defesa de teses discutíveis... por vezes, quase crentes, como no caso da discussão em favor do 'livre-arbítrio' no Roda Viva... E no infeliz debate que travou com uma aluna, publicamente e pelo Facebook, o que considero questionável sob o ponto de vista Ético...
E moçada, termos como 'culpa', não nos levam a nada, cientificamente falando, e psicossociologicamente falando... O buraco é mais embaixo, sem culpados nem inocentes, e sem gringos... E o Brasil, insisto, faz parte do planeta e da realidade... E é evidente que o conhecimento evoluiu, embora não como gostaríamos... E isso faz parte de uma processo 'humano', e também cultural, mas não somos uma exceção em um caldeirão chamado humanidade...
Desconfiem sempre que disserem 'o problema do Brasil é', 'o problema da Ciência no Brasil é', e desconfiem ainda mais se o 'intencionalismo' for invocado para justificar a culpabilidade de um 'grupo', neste caso um grupo de mais de 200 milhões de 'culpados' chamado Brasil... A realidade pode ser muito menos glamorosa, mas é 'real'... Sabemos como o processo funciona, suas intercorrências psicológicas, sociobiológicas, climatológicas, demográficas, geopolíticas, culturais, e históricas... Um processo não intencional convergente, contingente, e que desemboca na realidade...
Debate com Suzana Herculano:
É tão simples quanto viajar ao exterior - ou para o Norte ou Sul do Brasil - intercambiando idéias... Mas não porque necessitemos do reconhecimento de 'gringos', mas 'sim' porque necessitamos de interlocutores de peso... Não importa se gringos ou não, mas precisamos conversar com quem pode nos aportar algo... E não constitui demérito algum que esta pessoa esteja em outros países...
Estou mais ligado ao pessoal da UFSCar, e alguns de meus interlocutores puderam fazer mestrado, doutorado e pós-doutorado no exterior, e sem problemas... E alguns publicaram o seu trabalho no exterior, como Edgar Zanotto, considerado um dos maiores cientistas na área de materiais, em especial em relação ao vidro, no mundo - devidamente valorizado e consagrado dentro e fora de nosso país...
Mas não adianta esperar que a nossa força acadêmica destoe tanto de nossa formação básica e média... Temos que evoluir em termos educacionais desde a nossa base, e acredito até que temos mais incentivos no topo da academia do que permitiria a nossa situação em relação ao ensino básico... Evidentemente gostaria de ver muito mais trabalhos científicos desenvolvidos e publicados, mas sei que isso precisará companhar a realidade brasileira....
Mas voltando ao ponto, quando intercambiarmos conhecimento, não estamos prestando nenhuma reverência aos 'gringos', e 'sim' a outros cientistas... O conhecimento, lembrem-se, não conhece fronteiras... O que importar é subir sobre os ombros de gigantes, e não se eles falam ou não a língua portuguesa... Sacks, Damásio, Pinker, Bloom, entre tantos outros, não importa o idioma que falem, são homens notáveis que devem ser ouvidos, conhecidos, e cujas idéias devemos compartilhar - e se o orçamento permitir: pessoalmente...
Carlos Leger Sherman Palmer Suzana Herculano-Houzel, problemas complexos demandam respostas complexas... E não vejo a questão como você... Não vejo a necessidade de regulamentar uma profissão 'cientista', e acho que os problemas na academia estão correlacionados com os problemas da importância do ensino de forma geral... E como disse, sobre 'gringos', acho um absurdo o aforismo: "E, curiosamente, o reconhecimento dentro do nosso próprio país depende de reconhecimento internacional. É triste, mas ainda é assim que funciona: é preciso ter aval dos gringos antes de ganhar aval interno. Jovens cientistas: conquistem o mundo, e quem sabe assim vocês conquistarão algum respeito aqui, também..."... Isso posto dentro do contexto do seu texto...
Tenho propostas sim, mas para todo o ensino no Brasil, sobre a remuneração, formação e regulamentação das carreiras de professores, e métodos de ensino - nos diversos níveis, e sobre a regulamentação de investimentos na área científica... Muito dinheiro é desviado - e isso também é conjuntural... E assim, dentro de um processo natural, dentro da realidade brasileira, encontraremos o nosso papel... Mas trata-se de uma questão conjuntural... Só o melhoramento contínuo, e no tempo, darão cabo desta situação... Medidas revolucionárias não chegarão a parte alguma...
Não vejo propostas claras em seu texto, e sim uma conclamação política - e vazia... Jovens cientistas contra o domínio dos gringos, embora considere fundamental viajar e trocar idéias - o que é louvável... As questões estão mal colocadas... Porque a nossa Ciência 'vai bem obrigada', se comparada ao nosso ensino... Melhore o ensino e teremos mais pessoas em condições 'tomar ciência' de como a vida e o universo funcionam...
Muita calma nessa hora, rsrsrsrsrs...
Carlos Sherman
terça-feira, 13 de agosto de 2013
sexta-feira, 9 de agosto de 2013
Quebrando o Encanto
Dicrocelium dendritcum |
Daniel Dennett começa a sua obra 'Quebrando o Encanto' com uma desconcertante analogia:
Observe uma formiga em um prado, laboriosamente subindo por uma folha de capim, cada vez mais alto, até que cai, depois sobre outra vez e mais outra, como Sísifo rolando a sua pedra, sempre tentando chegar ao topo. Por que ela faz isso? Que benefício estará buscando para si própria nesta estranha e extenuante atividade?
Dennett logo desfaz o mistério por trás deste comportamento bizarro e suicida... Na verdade as questões suscitadas estão equivocadas ou não fazem sentido algum neste caso, porque não existem de fato benefícios biológicos para a formiga... O seu cérebro foi infectado e está sendo controlado por um parasita, que utiliza a formiga como hospedeiro, para chegar ao estômago de um carneiro ou de uma vaca e assim completar o seu ciclo reprodutivo... Trata-se do Dicrocelium dendritcum... Este verme cerebral, explica Dennett, dirige a formiga a uma condição que beneficia a sua própria progênie, e não a da formiga...
E Dennett desafia: "Será que com seres humanos acontece alguma coisa parecida?"... A comparação entre a 'palavra de deus' e o Dicrocelium dendriticum parece inquietante e forçada, mas existem boas evidências que apontam em outra direção... Estamos tratando aqui dos memes, ou ideias que se comportam como genes da cultura... Termo cunhado por Richard Dawkins... A religião poderia ser um meme apto, selecionado ao longo de séculos e milênios, até encontrar estas mal fadadas linhas em um Blog na Internet em 2012...
Em Mateus 13, podemos ler: Semen est verbum Dei; sator autem Christus - A palavra de Deus é uma semente, e o semeador é Cristo... Parece que tal palavra, tal meme, encontrou os cérebros humanos, tendo sido propagada e disseminada por toda parte, enquanto promete a remissão da morte - eum qui audit manebit in eternum... Tal palavra - o meme do verbo - pede em troca completa submissão... Não é por acaso que a palavra islam significa 'submissão'... Submissão cega e incondicional...
É bem verdade que ideias não são seres vivos, não conseguem enxergar ou pensar, mas o Dicrocelium dendriticum também não enxerga e nem sequer possui um cérebro... Mas as ideias estão bem engendradas em nossos cérebros, e chegam a partir da cognição, exatamente onde o Dicrocelium dendriticum executa a sua missão...
O antropólogo Clifford Geertz, em 'A interpretação da cultura', define a religião como:
(1) Um sistema de símbolos que age para (2) estabelecer humores e motivações poderosas, penetrantes e duradouras nos homens por meio da (3) formulação de conceitos de uma ordem geral da existência (4) em tal aura de veracidade que (5) os humores e motivações pareçam singularmente realísticos.
Se acrescentarmos às 'motivações poderosas' os adjetivos 'bizarro', 'grotesco' e até 'suicida', e substituirmos 'homens' por formigas, veremos claramente a 'palavra' - ou meme - de deus no Dicrocelium dendriticum...
A O Fenômeno da Religião pode ser resumido em:
1. Um cérebro IMPERFEITO, em processo evolutivo, sujeito à ilusões, delírios e alucinações... falsos positivos, animismo, intencionalismo, desvios cognitivos de confirmação, realimentação, ToM, Locus de Controle, Efeito Rebanho, Efeito Leviatã... esquizofrenia, epilepsia, etc, etc... A LUCIDEZ não é a regra...
2. Personagens esquizofrênicos, epiléticos, com enxaqueca, ou portadores de outros distúrbios neurais experimentam as ditas 'revelações' sobrenaturais...
3. Protagonistas, interessados no poder, tratarão de impor tais revelações como VERDADES. pela mera autoridade e propaganda...
4. Pelo medo, e pelos mesmos distúrbios neurais citados, com destaque para o efeito Rebanho, efeito Leviatã, ou 'o Mestre deve estar certo'... e pela ignorância, experimentaram a identidade com tais 'revelações'...
5. Entra em cena a Hermenêutica de todo o negócio, para faturar e manter o poder, pela estratégia de 'incutir o medo, para vender salvação'... SUBMETA-SE OU MORRA EM SOFRIMENTO NO INFERNO... E pague o dízimo...
6. O mero entendimento deste rito, e a sua obediência cega, sem reservas ou ressalvas, a submissão do intelecto e da dignidade ao medo e à submissão, é celebrado apologeticamente como ATO DE FÉ... O meme se propaga, de forma viral...
7. O sistema se realimenta por meio de falsos milagres, e pífias ou ridículas demonstrações de poder... Os desvios cognitivos e falsos positivos, assim como outros distúrbios neurais, deverá garantir, pela predominância em nossa espécie, que o fenômeno se mantenham e se propague... O meme se mantém...
E assim serão, mais felizes do que nós - céticos -, como um bêbado se gaba de ser mais feliz do que um sóbrio... A assim seguirão, em fé, onde as respostas precedem as perguntas... E dependendo dos 'verdadeiros milagres da ciência', para poderem curar seus filhos, impedi-los de morrer ao nascer, aumentar a sua expectativa de vida, e o sofrimento ao morrer, para no final suspirarem: 'graças ao bom deus'...
Triste destino dos acéfalos e Cristo...
Carlos Sherman
quinta-feira, 8 de agosto de 2013
sábado, 3 de agosto de 2013
sexta-feira, 2 de agosto de 2013
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