Por Brenda Pratte
Não antes do terceiro século supunha-se ou acreditava-se que os livros compondo o Novo Testamento eram inspirados. Devemos lembrar que havia grande número de livros, de Evangelhos, Epístolas, Atos e entre estes, os "inspirados" eram escolhidos por homens "não-inspirados". Entre os "Pais do Cristianismo" havia grandes diferenças de opinião sobre quais seriam os livros inspirados; havia muitas discussões cheias de ódio. Muitos livros que hoje são considerados espúrios eram tidos nos primórdios como divinos, e alguns dos hoje considerados inspirados eram considerados espúrios. Muitos dos antigos cristãos e alguns dos pais repudiaram o Evangelho de João, as Epístolas dos hebreus, Jade, James, Pedro e a Revelação de São João. Por outro lado, muitos deles tinham os Evangelhos dos hebreus, dos egípcios, os Ensinamentos de Pedro, os Pastores de Hermas, as Epístolas de Barnabé, o Pastor de Hermas, a Revelação de Paulo, as Epístolas de Clemente, o Evangelho de Clemente como livros inspirados, igualáveis aos melhores. De todos esses livros e de muitos outros, os cristãos escolheram quais os "inspirados". Os homens que fizeram a seleção eram ignorantes e supersticiosos. Eram crentes convictos no miraculoso. Pensavam que doenças podiam ser curadas colocando-se sobre o paciente um lenço que supunham ter pertencido a um apóstolo, ou os ossos de um morto. Acreditavam na fábula de fênix, e que as hienas mudavam de sexo todos os anos. Seriam os homens que fizeram a seleção há muitos séculos, inspirados? Seriam eles -- ignorantes, supersticiosos, estúpidos e maliciosos -- mais qualificados para julgar a "inspiração" que os estudantes do nosso tempo? Por que teríamos de seguir suas opiniões? Não poderíamos nós mesmos escolher?
Brenda Pratte
P.S.:
Não precisamos seguir tais opiniões... Já não precisamos viver imersos em superstições... 'Pero', a dificuldade com a razão, com a lógica e com a coerência, decorre de 'bugs' ou características em nosso cérebro... De onde veio a nossa inventividade, também veio a superstição... E de uma afinidade com fenômenos causais, simplistas, causa e efeito de primeira ordem, onde uma causa tem relação direta com um efeito... Daí tanta confusão... E somemos a tudo isso, o fato de haverem mais seguidores do que líderes, ou homens livres, pensantes... Dispostos a abandonar a zona de conforto do rebanho para explorar a floresta ao longe, e ver o que há por trás dos montes... O livre-arbítrio é um antiga e carcomida falácia, assim como a ideia de que o homem é produto exclusivo do meio... A diversidade genética garante que muitos não serão capazes de ver, entender ou interagir com a nossa liberdade de pensar... E ainda assim, a educação, e a perseverança na investigação, no estudo, e no caminho do conhecimento, será o melhor caminho... Quer eles escutem ou não... Mas o ceticismo está vencendo... Pouco a pouco... Ações humanas e solidárias estão suplantando as 'negociatas da salvação judaico-cristã-islâmica'... Humanos, troppo umanos...
Carlos Sherman
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