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sexta-feira, 11 de maio de 2012

MUNDO 'MARXIANO'

Manuscrito de 'Das Kapital' - Karl Marx... Graças a sua esposa, que passava tudo isso à limpo, mesmo sendo regulermente traída pelo fogoso Marx, e graças às estruturação promovida por Engels, que também bancava o eterno 'desempregado' Marx, manuscritos como este resultaram em 2.500 da Bíblia 'Marxiana'...



MUNDO 'MARXIANO'
A falácia do marxismo



Utopia Marxiana


'São Sir Thomas More' (1478-1535) foi um homem de estado, diplomata, escritor, advogado e ocupou vários cargos públicos, e em especial, de 1529 a 1532, o cargo de "Lord Chancellor" (Chanceler do Reino - o primeiro leigo em vários séculos) de Henrique VIII da Inglaterra... More descreveu a si mesmo como um homem "de família honrada, sem ser célebre, e um tanto entendido em letras"... Era filho do juiz Sir John More, e foi investido cavaleiro por Eduardo IV - daí o Sir... Apesar de ser considerado um dos grandes humanistas do Renascimento, foi canonizado como 'santo' pela 'Santa' Igreja Católica em 9 de Maio de 1935, e sua 'festa litúrgica' é celebrada em 22 de Junho - daí o São... É mole? 

More, ao que tudo indica, 'era homem de muito bom humor, caseiro e dedicado à família, muito próximo e amigo dos filhos', o que era raro para a sua época... Também era considerado um grande 'amigo de seus amigos', entre os quais se destacavam os maiores humanistas de seu tempo, como Erasmo de Rotterdam (1466-1536) - que escreveu o célebre 'Elogio da Loucura' publicado em 1511, um dos mais influentes livros da civilização ocidental e um dos catalisadores da Reforma Protestante, tendo ele sido acusado de 'colocar o ovo que Lutero chocou' - e Luis Vives (1492-1540) - teve profunda influência sobre  Montaigne, que por sua vez foi devorado por Rousseau e que finalmente foi canibalizado por Marx; em outra vertente pode ter sido absorvido pelo freudismo...

O conceito de 'utopia' foi idealizado e encenado por 'São Sir Thomas More' em sua obra magna, 'Utopia' (1516)... Segundo vários historiadores, More ficou fascinado pelas extraordinárias narrativas de Américo Vespúcio sobre a recém avistada ilha de Fernando de Noronha, em 1503...  More então idealizou um lugar novo e puro onde residiria uma sociedade perfeita... O termo passou então a designar a ideia de uma civilização perfeita, imaginária, fictícia... A palavra foi cunhada a partir de radicais gregos e significa um "lugar que não existe"... 

A utopia de More descreve uma sociedade organizada 'racionalmente', que estabelece - impõe - a propriedade comum dos bens... Não enviam seus cidadãos à guerra - salvo em casos extremos -, mas contrata mercenários entre seus vizinhos mais belicosos - ops!!!...  Todos os cidadãos da ilha vivem em casas iguais, a diferença interpessoal - e natural - não é considerada... Trabalham por períodos no campo e em seu tempo livre se dedicam a leitura e a arte... Mas quem proverá a leitura e a arte, e de onde virão as diferenças artísticas, diante de tal modelo 'uniformista'? Toda a organização social da ilha conduz à completa dissolução das diferenças e a fomentar a igualdade... Não apenas condições iguais, mas pessoas moldadas como iguais, com rotinas iguais... Por exemplo, todas as cidades são geograficamente iguais, e na 'ilha' impera uma 'paz total' e uma 'harmonia de interesses resultante de sua organização social', utópica... Na ilha todo conflito foi eliminado, assim como suas potenciais possibilidades de materialização... Tudo isso é verdadeiramente assustador, além de completamente irreal... Em geral se concebe como comunidade utópica uma sociedade 'perfeita', embora 'inexistente', nos moldes paradisíacos, mas sem explicar claramente como tal 'milagre' será obtido, e sempre partindo da falsa premissa de que 'somos todos iguais', e desprezando a força imperativa da genética, acentuando as nossas salutares e necessárias diferenças... Exacerba-se a figura de um organização completamente equitativa na distribuição dos recursos, a partir da eliminação de nossa impulsão natural ao empreendimento, em diferentes medidas... Queremos coisas diferentes entre nós, e entre nós e o conceito de 'perfeição messiânica' de More... O que é perfeição para More pode ser o inferno para outros...

Na Utopia de More todos os suprimentos necessários à sobrevivência são oferecidos gratuitamente, e ninguém retira mais do que necessita, e não há necessidade de estocar alimento, já que é oferecido em abundância - rsrsrsr, ai ai... Apesar do dinheiro não ser necessário, este é acumulado pela república utopiana pela venda de matéria-prima para outras nações e às vezes é usado para financiar guerras no exterior - rsrsrsrs, infantil e realmente 'utópico', posto que tal sistema se completamente isolado e diminuto em população, e contando com a sorte de suprimento 'infinito' de alimento e energia, poderia até merecer alguns minutos de atenção, mas considerando o seu convívio com outras repúblicas não utópicas, fatalmente seria contaminado pela LIBERDADE...

More no entanto foi um homem coerente, e cuja retidão não pode ser retocada... Recebeu uma tremenda batata quente ao substituir o Arcebispo de York como chanceler no histórico divórcio e seguido de anulação de casamento de Henrique VIII... Na queda de braço entre o Vaticano e o rei inglês, foi a cabeça de More que rolou... Henrique VIII rompeu com a Santa Sé, sagrando-se líder espiritual da Igreja Anglicana... More recusou-se a prestar juramento ao rei na figura de líder da Igreja da Inglaterra naquele que ficou conhecido como o Ato de Supremacia... Pelo atrevimento  de More, em toda a exuberância de sua Integridade Intelectual - divergências conceituais à parte - o réu foi condenado "a ser suspenso pelo pescoço e cair em terra ainda vivo, para depois ser esquartejado, e finalmente decapitado"... Mas, em 'consideração' à importância do condenado, o rei, "por clemência", reduziu a pena à "simples decapitação"... More foi decapitado e teve a sua cabeça exposta durante um mês na Torre de Londres... Morreu um homem digno, íntegro até o fim - embora o seu pensamento sob muitos aspectos não tenha passado de utopia e moralismo eclesiástico... More foi então considerado pela Santa Sé como um modelo de fidelidade e martírio em nome da Igreja, tendo sido, portanto, canonizado por decreto papal em 1935 por Pio XI... Mas sua atitude representou muito mais do isso, More foi fiel à sua consciência enfrentado a arbitrariedade, o que merece o mais profundo respeito humano...

A 'república' utópica de More, no entanto, já havia sido preconizada e encenada por Platão (427-347 AEC), em seu programa estatal impraticável, onde a justiça seria encontrada se - de forma um tanto simplista - "todos fizerem seu trabalho e cuidarem dos próprios assuntos"... Mas se não der certo pouca importância terá pois Platão profetiza de maneira incrivelmente vaga:

"(...) talvez no outro mundo ela esteja assentada como um modelo, um modelo que aqueles que o desejarem poderão contemplar e, assim, conseguir pôr em ordem as próprias cidades. Se tal cidade existe - ou se de fato existirá - não importa, pois tais pessoas viverão à maneira da cidade ideal e nada terão a ver com qualquer outro modelo"

Isso é ridículo... Leia mais uma vez, sem esquecer que este é o idolatrado e endeusado Platão... Sim... Foi ele mesmo quem escreveu está imbecilidade, esta pérola do non sense, esta verborragia vaga e vazia, que vai do nada ao lugar algum... Mas vamos adiante na República utópica de Platão, inspiração para More, e berço para viagem marxista... Veja como Platão começa sua República anedótica:

- Sócrates: Vamos considerar, antes de mais nada, como o modo de vida dos cidadãos, agora que assim os estabelecemos. Não produziram cereais, e vinho, e roupas, e calçados, e construirão casas para si? E quando estiverem abrigados, trabalharão, no verão, comumente, despidos e descalços, mas no inverno substancialmente vestidos e calçados. Eles se alimentarão de farinha de cevada e de trigo, assando-as e sovando-as, preparando bolos nobres e pães; eles os servirão sobre esteiras de junco ou folhas limpas, deitando-se enquanto comem sobre leitos espargidos com teixo e murta. E se regalarão com os filhos, bebendo vinho que fermentaram, com grinaldas na cabeça e cantando hinos em louvor aos deuses, em alegre conversação uns com os outros. E tomarão cuidado para que o tamanho das famílias não extrapole seus recursos/ prevendo a pobreza ou a guerra.

Rsrsrssrs, e então Glauco - adoro este cara - interpela:

- Glauco: Mas você não lhes deu qualquer condimento para as refeições.

Rsrsrsrs, estou transcrevendo a 'famosa' República de Platão, não é uma redação do meu sobrinho na quarta série, nem um papo gourmet entre Palmirinha e Ana Maria Braga... Mas Sócrates leva a sério, afinal isto é uma República - cuidemos do cardápio gastronômico de TODOS OS DIA ora bolas!!! -, e anui ao pedido de Glauco:

- Sócrates: É verdade, havia esquecido. É claro que devem ter condimentos - sal, olivas e queijo, e cozinharão raízes e ervas, dessas que costumam preparar as pessoas do campo. Para sobremesa lhes daremos figos, ervilhas e feijões; e assarão bagas de murta e bolotas de carvalho na fogueira, bebendo com moderação. E com tal dieta podem esperar viver em paz e saúde até idade avançada e legar uma vida semelhante aos seus filhos após a morte.

A expectativa de vida média em na Grécia de Platão - e Sócrates - girava torno dos 40 anos de idade - similar ao Homem de Cro-magnon no Paleolítico Superior... O sentido da República de Platão parece escapar completamente a Sócrates - este Sócrates platônico -, a menos que seja só isso, um discussão superficial e mega-utópico sobre "figos, ervilhas e feijões"... Este é o 'estadozinho frugal minimalista e vegetariano', pra lá de utópico, deste 'Sócrates platônico'; e vejam estão discorrendo sobre a formação de um estado definindo o seu cardápio gastronômico... Estas são transcrições da República de Platão:

A exegese de tais obras não deixa dúvida sobre a força da velha crença dominante de que a natureza humana não passa de uma 'tábula rasa' - termo cunhado por John Locke (1632-1704) -, uma folha em branco no qual a personalidade e o caráter são impressos por meio da cultura e do processo de socialização; desprezando inteiramente a condição natural do ser humano, em favor de uma 'sociologização' do comportamento... Tal premissa equivocada, nortearia o pensamento ocidental, de Platão a Marx, passando por More, Montaigne e Rousseau, para citar apenas uma das inúmeras ramificações que tal doutrina - a tábula rasa - produziu... O freudismo e as próprias tradições espirituais, navegaram a mesma nau... Não somos produtos do meio, com Marx 'reafirmou'... O aprendizado do meio, possibilitado e dirigido por nossa genética, operando a partir de nosso bioquímica e neurofisiologia, constitui o nosso complexo comportamento... Conceitos utópicos, como a "construção do novo homem" de Lenin, não só são uma caricatura falaciosa da realidade, como não passam de um "novo homem segundo a visão leninista-marxista", utópico,  irreal, e surreal... 

Os séculos vindouros tratariam de cristalizar o conceito de utopia como uma saída crítica - e possível (será?) - para escapar de regimes perversos e arbitrários, como a Inglaterra de Henrique VIII, a partir da elucubração de um estado ideal, mas 'atingível pela ação racional do homem social', e a partir de sua luta para converter-se em seu contrário, 'o bom selvagem', o puro ser primitivo, preenchendo a tábula rasa, a partir da correta doutrina sociológica... Mas se a própria sociologia depende da complexidade e da evolução do homem primitivo, como ficamos? Um Reductio ad absurdum parece inevitável, não acham? Claro que sim... Ou seja, utopia passou a designar a idealização de nosso desígnio mais nobre, repletos de ingenuidade, justiça e otimismo - ou ilusionismo... Ou talvez, a promessa vazia, e não testada, de uma organização impossível de ser realizada, posto que está fundamentada em falácias, remetendo à pura fantasia ou ficção filosófica... O grande problema do marxismo, reside no fato de que Marx -  administrado e financiado por Engels - decidiu deixar o mundinho utópico da especulação filosófica, e partir para a ação... E este movimento derramou muito sangue, e atrasou a saga humana... Pelo menos hoje sabemos 'o que não funciona'... Impor, arbitrar, sob pretexto de romper o estado de imposição e arbítrio, é apenas trocar seis por meia dúzia... Mas muto pagaram com a vida, na Era da Utopias, nas mãos do fanatismo marxista, de viés leninista-stalinista, maoísta, ou sistemas análogo como o hitlerismo e o fascismo...

O "Socialismo Utópico” tornou-se assim, a encarnação da ingenuidade do retorno ao 'bom selvagem' de Rousseau, a partir do idealismo possível da tábula rasa de, e tudo isso envolto em cinismo e ilusão fervorosa... Este manancial de bondades, deveria ser convertido em ação, e foi, a partir do Manifesto de Marx, em benefício de uma versão atuante da organização socialista, apresentada como única solução possível, e salvação messiânica, para romper séculos de miséria e sofrimento, o Samsara civilizatório, encerrando por tanto um ciclo de 'vidas sociais', em reencarnações históricas, e favor da LUX MARXIANA... A assim foi, movido por tais desígnios 'religiosos', que as bandeiras foram 'içadas', assim como os fuzis, em nome do amor, no melhor estilo bíblico, e mais uma Cruzada varreu a Terra... Triste destino...

Marx e Engels argumentavam que não partiam de meras fantasias 'platônico-moreanas-rousseaulianas' - entre outros teóricos como Tomaso Campanella, de Charles Fourier, de Robert Owen ou de Pierre-Joseph Proudhon -, mas sim de um modelo real, baseado apenas na crítica radical da situação existente, com base em sua visão do Leviatã Capitalista... Se a situação existe existe, logo ela é real, rsrsrsr.. Sim... E então podemos prever mecanismos para modificá-la, e então a modificação de algo real deverá ser real, certo? Depende... Partindo das doutrinas da 'tábula rasa' e do 'bom selvagem', estaremos tentando modificar a realidade com varinhas de condão... Achando que podemo dizer à 'humanidade' o que eles devem querer, e com que deverão se contentar, estaremos confrontando a realidade com irrealidade... Mas, a partir da 'constatação óbvia', ao menos para Marx e Enegls, de que o capitalismo encerrava uma contradição em si, explicada pelo 'dogma do caráter social da produção', e de sua consequente apropriação privada, nefasta, indevida, através das hábeis maracutaias capitalistas, e munidos do chavão da luta de classe, o povo foi conclamado a governar, em um colossal gesto de populismo utópico...

O caráter “científico” do socialismo marxista foi consagrado na "Introdução à Crítica da Economia Política" - também de Marx -, onde, resumidamente, é afirmado que em algum ponto do processo de desenvolvimento - capitalista -, as forças produtivas da sociedade - trabalhadores - entraram em choque com as relações de produção existentes - relações de empregatícias e de trabalho, iniciativa privadas -, e tal conflito deflagra a ruptura entre a "superestrutura" da sociedade, relativa ao caráter social das relações de produção, e a sua base, dominada pela apropriação privada dos meios de produção - os capitalistas malvadões... Uma era revolucionária então abre caminho, com foice e martelo, e muita violência... E a "nova sociedade emerge da velha para realizar a reconciliação entre forças produtivas", ou 'o juízo final'... pomposas palavras, e uma respeitável inteligente à serviço de uma falácia utópica baseada em falsas premissas... Então, as relações de produção, sem os grilhões da propriedade privada e da opressão política das classes dominantes sobre a maioria da população, avançaram em direção à vida eterna... E provavelmente em direção à um novo ciclo, de conflito e ruptura... Foi o que se viu... Os marxismo, tais ideias, por mais que seja negado, provou a infantilidade de seus postulados, na prática... Não significa que o Socialismo/Comunismo verdadeiro ou puro, não foi 'ainda' tentado, significa que esta ilusão utópica é deveras irreal, inverossímil, piegas...

Segundo a fábula anedótica, no melhor estilo bíblico, o socialismo seria uma espécie de purgatório, a partir do qual atingiríamos o nirvana comunista... Uma ilha de Lesbos, o Eldorado, a Ilhota de More ou a República platônica... A verdade inequívoca, é que o 'MUNDO MARXIANO' trata messianicamente de "figos, ervilhas e feijões", enquanto dá volta e voltas, em linguagem empolada e circular, baseando-se nas doutrinas superadas da 'tábula rasa' e 'do bom selvagem'... O bom selvagem evoluiu para a organização social a partir de anseios genéticos, que culminam em comportamentos culturais - e sociais - e não o contrário... Empreendemos porque somos impelidos a isso, porque advém da natureza humana... A tábula rasa de Locke, está sendo escrita pela Genética e pela Neurociência, e o panorama é bem distinto à doutrina do homem como produto do meio...

A Superestrutura Marxiana

Partindo da premissa, e pelo exposto, de que o "edifício marxista" ou a Superestrutura Marxiana, está classificada como 'utopia', seja ela 'pseudo-científica', econômica, política, social, executiva et cetera, deveríamos seguir passando in demonstratio sobre as falácias acadêmicas que conformam tal "superestrutura" ideológica...  Verificando a 'escolástica' do marxismo acadêmico, em suas facções e fronteiras internacionais... Enquanto a academia americana trata o marxismo como um tradição marginal em termos de fundamentação teórica, no Brasil e na América-Latina, - a exemplo do que ocorre na França e a Itália - a hegemonia do marxismo na academia, em todas as disciplinas da área de humanas é avassaladora... E mesmo quando não explicitada, trata de dominar completamente "horizontal e verticalmente", toda a grade curricular, pesquisas, e debates... Mesmo quando seus propositores, e os protagonistas da vida acadêmica - em ciência humanas - não estejam conscientes de sua 'crença'... Livros didáticos e para-didáticos, de segundo grau, falam dogmaticamente em "luta de classes" - sociais’ -, e em elites dominantes, "modo de produção", em conflitos de interesse entre  classes sociais, enfim, um cardápio de conceitos atinentes a militância ideológica marxista, e à 'sociologização' da vida, desconsiderando a quebra de paradigmas - também acadêmica - sobre a natureza humana, e a vanguarda dos conceitos administrativos e de gestão... Nada importa ao 'marxianismo', senão a dialética do discurso social e utópico...

Francisco Maria Cavalcanti de Oliveira, o Chico de Oliveira, eminente sociólogo 'marxiano', um dos fundadores do PT, 'prega' que: “O marxismo seguramente foi a doutrina mais importante do século XX, no amplo sentido de um “campo” (Bourdieu) ou ainda no sentido de ideologia (Gramsci) e não no dos próprios Marx e Engels (como doutrina dominante da classe dominante). A tal ponto que se pode dizer que o século XX foi o século do marxismo.”... O marxismo pode ter sido - por exemplo - mais importante do que o freudismo, outra ideologia decorrente das doutrinas da 'tábula rasa' e do 'bom selvagem', e que infelizmente ocupou parte significativa dos afazeres acadêmicos durante várias décadas do século XX... Mas dizer que a falácia MARXIANA foi a doutrina mais importante do século XX, é no mínimo absurdo, mas provavelmente patológico... A primeira metade do século XX foi claramente a Era da Utopias, mas considerar uma ideologia fracassada como a mais importante doutrina em nossa história recente é um ato de fundamentalismo 'marxiano', e severo estado delirante, encontrado apenas nas esferas das tradições espirituais e religiosas, e normalmente tal estado de delírio decorre de problemas nos lobos frontais, e pela hipinose coletiva pode ser extrapolado a um grupo o país... Nacionalismo exacerbado, fascismo declarado, hitlerismo, socialismo e comunismo foram diferentes seitas, para o mesmo período histórico delirante... Mas importante do que a encenação de ditos regimes foi a derrocada de toda esta utopia fascista... Tais regimes emergiram e se propagaram em meio à voracidade da Segunda Guerra Mundial, e sua incompetência e perversidade ficaram perigosamente escondidas em meio à falácia da aventuras expansionistas... Nada como uma guerra para esconder a incompetência governamental, nada como um inimigo externo para esconder a incompetência administrativa, judeus, malvinas, capitalistas, inimigos úteis nas páginas da história fascista... Pretextos bolivarianos, arianos, charutos e balas... Foi o cinismo do socialismo soviético, e o socialismo 'ornitorrinico' chinês - um socialismo de mercado expansionista e agressivo - que mancharam de vermelho, vermelho sangue, um século especialmente mortífero e destruidor...

A falácia acadêmica, como bem apontada por valorosos, mas escassos autores, reside na insistência em desvincular a praxis política - e criminosa - do dito "Estado Socialista", seja em qualquer modelo, soviético, chinês, coreano, vietnamita, albanês, cubano, com a doutrina acadêmica e filosófica marxista... Lembrando sempre que Marx critica a filosofia por não entrar em ação, e conclama para a luta de classes em seu manifesto 'populista': "Proletários de todo o mundo, UNI-VOS"... Não há como negar também que tanto  Mussolini e  Hitler pretendiam construir o ‘socialismo de Estado’, e se não citaram diretamente a Marx, na prática fundamentaram suas doutrinas na falácia populista do regime econômico coletivista dominando amplamente pelo Estado...

Mas por que tais ideias encontraram eco na China e na Rússia e não em países como a França, Inglaterra, Estados Unidos, Suécia, Noruega e a NOVA ZELÂNDIA, bem mais avançados na equidade social? Segundo analistas da primeira década do século XX, a Nova Zelândia seria o destino ideia para a experiência 'socialista', sem contar que era uma ilha, rsrsrs... Sim, a Nova Zelândia, que poderia ter se tornado uma Cuba, mas não o fez... Por quê? Em 1910 a Nova Zelândia era considerada - realmente - o país mais igualitário e socializado do mundo... O governo administrava - bem - muitas empresas, estradas de ferro, pagando generosas pensões a idosos, e com educação pública gratuita de qualidade... Novidades no mundo a caminho da Era das Utopias... O governo estipulou salários mínimos setoriais, criando leis trabalhistas modernas, reduzindo a jornada de trabalho... Também eram proibidos os grandes latifúndios, e o comércio de álcool era regulamentado... Esse quadro, esta ilha da fantasia, animava os socialistas... Mas a Nova Zelândia não precisava do marxismo... Não precisava suprimir as liberdades individuais, não precisava acorrentar o homem, em um doutrina uniformizante... O marxismo também não encontra eco tanta na economia, quanto na academia americana, muito mais igualitária e desenvolvida em 1910 do que a Rússia e a China, com regime democrático, e boas condições para os trabalhadores... Na Rússia e na China a desigualdade era - e continua sendo - tremenda, governos monárquicos, corruptos, com poderes extremamente concentrados, e que serviram de estopim para terríveis e sanguinárias revoluções, e que só aprofundaram os problemas... Os governos marxistas foram sempre catastróficos...

A URSS foi um governo fascista de esquerda, com contornos sombrios e hipócritas, patrocinador da eugenia, imerso em mentiras, corrupto, assassino... Anexando vários países, como a Alemanha Oriental - diferentemente dos aliados que não anexaram a Alemanha Ocidental -, patrocinando em provocando guerras por todo o mundo, e lutando pela implantação do comunismo no planeta, seu ideal doentio e aterrador... Pode parecer distante de More, e mesmo da República de Platão, mas reflete o tom messiânico e sombrio da teoria marxista, e transformado em Guerra Santa pelo Manifesto Comunista de 1848, onde lê-se por exemplo:  "Sua luta contra a burguesia começa com sua própria existência"... Não há futuro sem a confrontação pela luta contra a burguesia... Os meios foram extrapolados das ideias constitutivas de tal estado arbitrário...

A China cambaleou do cinismo e militarismo soviético, ao esdrúxulo modelo de comunismo de mercado... Nenhum outro país no mundo explora tanto os seus trabalhadores, e nenhum outro país no mundo é tão agressivo como economia multinacional... E joga de forma suja, desconsiderando direitos humanos, individuais, direito ao voto, liberdade de expressão, desconsiderando leis trabalhistas, antes e hoje, condições mínimas de trabalho, condições mínimas de decência humana, remuneração justa, proteção ao meio ambiente, direito autoral... A China é uma aberração, um capitalismo - ou uma economia de mercado - ditatorial, selvagem, travestido de comunismo... Na realidade gozamos hoje, e por convergência de modelos, de UM SISTEMA ECONÔMICO MUNDIAL, bem mais sofisticado e complexo do que os modelos anteriores, ainda assim  considerados capitalistas... Aqueles que vivem academicamente - e profissionalmente - de politizar tudo, socializando toda e qualquer discussão, devotos marxistas, chamam esta resultante espontânea Capitalismo... O Leviatã contra o qual a falácia comunista se insurge... Como se fosse um organismo vivo, intencional, nefasto... Mas não é nada disso... Não existe capitalismo, senão economia de mercado... Um conceito, um sistema de trocas, voluntárias e pacíficas, reguladas em âmbito internacional... E nunca dispusemos de fato se outro sistema... E parece funcionar, enquanto acomoda a nossa volição criativa, empreendedora, a nossas diferenças, desejos, prazeres, quereres... Enquanto acomoda a liberdade...

Outra falácia do discurso 'marxiano' acadêmico, enviesado, trata de guardar o dogma marxista em uma redoma de ‘doutrina universitária’, repleta de atributos de personalidade histórica, quase um organismo interativo, agente, uma força ou processo social autônomo, tangível e inquestionável... E Chico de Oliveira professa: “A partir das formulações originais da dupla Marx-Engels, o marxismo foi se constituindo numa concepção de história, numa visão de mundo, numa prática de luta, numa política, diretamente na crítica ao capitalismo, seu inimigo figadal”... Trata-se de uma evidente falácia, personificando em um inimigo 'um sistema econômico convergente e resultante' da mesma História... O capitalismo não existe como corpo filosófico ou doutrina... Não existe um movimento capitalista, senão a reação à tentativa artificial de impor o 'marxianismo'... Nunca houve uma 'revolução capitalista'... O capitalismo não foi forjado em aço, em lâmina, foi acomodado involuntariamente pelo curso histórico... O capitalismo não é Wall Street... Wall Street representa a ganância, e a ganância não é privilégio de ideologias políticas, é uma manifestação humana, exacerbada em uns humanos, mais do que em outros, independente de ideologias... Não devemos discutir a liberdade porque alguns fazem mal uso dela... Devemos criar medidas regulatórias, em um processo de melhoramento contínuo... O sistema econômico 'nefasto', que os 'marxianistas' teimam em exorcizar como 'capitalismo', tem convivido funcionalmente com diferentes doutrinas políticas, da democracia de massa ao fascismo, de ditaduras personalistas ao parlamentarismo aristocrático, e mesmo o falacioso marxismo chinês, entre outras ditaduras comunistas, por todo o globo, em diversos cenários históricos...

Alunos passivos ou ingênuos digerem como hóstia, a falácia do Materialismo Histórico 'Marxiano', embora Marx não tenha propriamente utilizado o termo, e fundamenta-se na doutrina da 'tábula rasa', sentenciando falaciosamente que o homem é exclusivamente produto do meio: ""Não é a consciência que determina a vida, mas a vida que determina a consciência"... Não Marx, não sociólogos, o homem tem muita coisa escrita em sua 'folha' - supostamente branca -, genética, bioquímica e neurofisiologicamente... Não advoguem sobre uniformizá-los, não seremos como formigas... Nunca... Mas podemos ser melhores, não forjados, nem fabricados, mas simplesmente mais justos e funcionais... Podemos continuar a melhorar a qualidade de vida, diminuindo a desigualdade, reduzindo a mortalidade infantil, aumentando a expectativa de vida, e diminuindo o sofrimento, sem que necessitemos para isso de ideólogos, mas sim de gestores e conhecimento...

A falácia do Materialismo Histórico tente a ser proliferada através das políticas públicas, através de ideólogos da vida, desconectados do conhecimento científico... O desmantelamento das falácias acadêmicas 'marxianas' passa também pela resistência contra a 'doutrina do bom selvagem', a partir da extrapolação do conceito, ao identificar as "forças produtivas" e as "relações de produção", naturais e necessárias, com um capitalismo personificado, maldito e opressor, desigual e injusto socialmente, civilizado... Enquanto identifica e personifica a figura do socialismo na ideia rousseauliana do 'bom selvagem', do puro, ingênuo, caracterizado pela socialização dos meios de produção, 'supostamente' mais igualitário, justo e livre da exploração do homem - civilizado - pelo homem...

Já apontamos as tragédias 'sociais' e humanas, e o tremendo custo humano, decorrentes da ação da forja 'marxiana', em todos os seus 'moldes', e na falaciosa tentativa de construção - artificial - de "uma nova ordem social"... A engenharia social 'marxiana' bebeu ora na fonte da eugenia de Francis Galton (1822-1911), ora behaviorismo, em suas versões pavlovianas - Ivan Petrovich Pavlov (1849-1936), a quem Lenin teria 'encomendado' o "novo homem" -, watsonianas - John Broadus Watson (1878-1958) -, e radicais com Burrhus Frederic Skinner (1904-1990); ambos, caminhos incompletos e míopes, na compreensão do 'verdadeiro homem'... Tal 'engenharia social', de cunho hipocritamente humanista, resultou em experimentos atrozes, e em grandes misérias humanas... 

Falácias Marxianas...

Curiosamente, grande parte do que podemos considerar ‘acertos marxistas' ou 'marxianos', não residem propriamente nesta obra de "economia gótica", intitulada soberba e confusamente de "Das Kapital" – considerada por muitos como o Non plus ultra (super-mega-master) do cientificismo 'marxiano', mas que tem merece um lugar pouco frequentado e a ser esquecido na estante de história das idéias, péssimas ideias, mas nunca em um biblioteca de teoria econômica –, mas  no mais famoso panfleto de propaganda - feito expressamente com objetivo proselitista -´, e já mencionado: Manifesto Comunista... Surpreendentemente, este panfleto representa a mais poderosa defesa da sociedade burguesa e do modo de produção capitalista, jamais produzido ou pensado por qualquer apólogo do sistema de livre mercado, em todos os tempos, rsrsrsrs... Obrigado Marx por isso... Que explica, corretamente, que a sociedade burguesa – que para Marx era sinônimo de capitalismo – não pode existir sem 'revolucionar' constantemente os meios de produção; e que sua tendência à expansão contínua a levaria a conquistar o mundo todo, oportunamente – constituindo, portanto, a mais formidável promoção da globalização de que se tem notícia, aliás totalmente ignorada pelos altermundialistas, e militantes anti-globalização e anti-capitalistas... Que Marx, se vivo fosse, teria considerado como totalmente irracionais... O diagnóstico de que o capitalismo - ou o sistema econômico baseado no livre-mercado - traz em sua essência a possibilidade de crises regulares, inevitáveis, naturais, e eventualmente devastadoras, falhando ele apenas em achar que o sistema inteiro seria finalmente tragado numa dessas crises de grandes proporções, em uma espécie de Juízo Final... Marx desprezou de certa forma a continuidade, a convergência, e de certo forma viu o óbvio, a progressão de um sistema, como outros, em saltos, como uma escada... Cujos degraus foram exagerados como 'revolucionário', conflitivos... Sinto-me tentado a valorizar este 'diagnóstico' como correto - mas sem antes notar a obviedade e excessiva dramaticidade -, mas é no  'prognóstico' que reside a falácia 'marxiana'...

Marx centra a sua crítica num organismo chamado 'capitalismo', mas acerta por engano no sistema econômico e de produção em um sociedade de mercado livre... Este equívoco monumental, escondido por detrás dos equívocos ainda maiores de seus fieis seguidores e propagandistas, de ontem e de hoje, levaram ao desastre total de todos – sem exceção – regimes socialistas existentes na face da terra... E não me venham com a falácia do ‘socialismo’ escandinavo, como exceção, ou como um exemplo de socialismo democrático ou liberal, posto que as sociedades nórdicas jamais aboliram a propriedade privada, ou o regime econômico de livre-mercado, como fundamento de seus modelos ditos sociais-democráticos...

A maior parte dos órfãos do socialismo e das viúvas do marxismo, exultam de satisfação e sorriem de contentamento ao apontar – com base em transcrições 'bem seletivas' das 'profecias' contidas nos textos 'bíblicos ou védicos' marxianos – a grande crise no sistema financeiro, como crise do capitalismo, ou pior como crise do livre-mercado, ‘prova’ do Apocalipse profetizado por Mar, o deus entre os deus do Olimpo Sociológico - e notem, não do Olimpo Econômico... Exorcizando todos os 'demônicos capitalistas', soando as trombetas contra a 'anarquia', o 'caos no processo produtivo', a ganância humana - que segundo os 'marxianos' pode ser moldada através da re-engenharia social, posto ter sido corrompida, em sua essência pura e 'divina', pela vilania sedutora do capital -, e profetizando que só podemos 'bem suceder quando guiados pela mão forte e segura do Estado'... E alardeando aos quatros cantos, contra um herege - "burguês" -, um economista e filosofo, que 'supostamente' se opunha ferrenhamente à estatização da atividade humana... Este herege era o escocês Adam Smith (1723-1790), que, diga-se de passagem, jamais se opôs à intervenção do Estado em diversas áreas, onde sua atuação lhe parecia inclusive "indispensável"...

Adam Smith, que segundo os marxianos é a quintessência do anti-cristo na terra, foi um economista e filósofo escocês, e teve como cenário para a sua vida o atribulado século das Luzes, o século XVIII... É considerado por muitos como o pai da economia moderna, e é considerado o mais importante teórico do liberalismo econômico, autor da célebre obra "Uma investigação sobre a natureza e a causa da riqueza das nações", um tratado realmente econômico, e que deve estar na prateleira reservada à Economia em sua biblioteca, e em qualquer biblioteca que se prese... Nesta obra, Smith procurou demonstrar que a riqueza das nações resultava do interesse individual, resultando em um somatório - simples demais para o meu gosto - de esforços... O crescimento econômico advinha do interesse individual pela prosperidade e pela inovação tecnológica... Adam Smith ilustrou o seu pensamento ao afirmar que "não é da benevolência do padeiro, do açougueiro ou do cervejeiro que eu espero que saia o meu jantar, mas sim do empenho deles em promover seu interesse próprio"... Desta forma apostava na iniciativa privada e na liberdade, com pouca intervenção governamental... A competição livre, entre os diversos fornecedores, ressaltou, levaria não só à queda do preço das mercadorias, mas também à constantes inovações tecnológicas, no afã de baratear o custo de produção e vencer os competidores - e viver mais e melhor... E a vida de fato funciona assim...

As ideias de Adam Smith contribuíram para acabar com o sistema feudal, e ao contrário do dizem os 'marxianos', o "burquês" escocês foi um verdadeiro revolucionário... No entanto, quando ressaltou que apenas o interesse pessoal - ou 'self-interest' - move a sociedade, e a despeito de julgamentos morais, descartando completamente o possíveis vantagens no interesse direto pelo bem comum, Simth pode ter dado um passo em falso... Tal conceito por ser também preconizado como: “num ambiente competitivo, as ambições individuas servem ao bem comum”... Será? Em poucas palavras, Smith estava dizendo que os melhores resultados para uma dada sociedade são obtidos quando todos fazem o melhor para si... “Cada um por si...”, rsrsrs... Desta forma, e tendo em mente um somatório simples, chegaríamos à performance máxima de um dado grupo... Mas estava errado...

Na próxima vez que forem à praia, lembrem de procurar por uma aglomeração de pescadores... Procure observar o comportamento de caranguejos em uma bacia... Reparem que os caranguejos, no afã de sobreviver e escapar, pisam uns sobre os outros... Se estes caranguejos dispusessem de tendências genéticas, meméticas, ou conceitos intelectuais, para atuar em grupos, poderiam, por exemplo, “organizar” uma escadinha, subindo “cordialmente”, uns sobre os “ombros” dos outros, encostados à parede, e com o peso, a bacia penderia, permitindo que todo o grupo fosse salvo... Os ditos caranguejos estariam trabalhando em conjunto pela “sobrevivência do grupo”... E de si mesmos... Notem que o dito altruísmo (oposto de egoísmo), ou AMOR, neste caso, se me permitem o momento poético, é uma decisão também inteligente, é pode ser uma decisão de grupo...

NASH, John Forbes Nash (nascido em 1928), esquizofrênico de carteirinha, consagrado com o Prêmio Nobel em Ciências Econômicas, encontrou a correção para o modelo de Smith: O Equilíbrio Nash... Devemos trabalhar pela nossa sobrevivência “e” também pela sobrevivência do Grupo... Isso é revolucionário... Quando lutamos avidamente por nossas conquistas individuais, e indo muito além de garantir a nossa sobrevivência, e escalando exponencialmente o pico do status social, é inevitável que acabemos por invadir o espaço do outro ou de muitos, e podemos até mesmo subtrair algo de sua subsistência... Ou da subsistência de muitos... Esta exploração inescrupulosa opera em todo o globo, e não está relacionada à ideologias ou países, e sim às possibilidades da natureza humana... Vemos sinais de mudança e o equilíbrio Nash está na base destes avanços...

As Leis Anti-Truste, impedindo a formação de um único grupo controlador de um setor da economia, ou as leis Anti-Cartel, impedindo acordos comerciais entre diferentes grupos para controlar e lotear um setor da economia, são avanços do Equilíbrio Nash... Estamos falando de Ética nos negócios, e o impacto sobre a vida no globo... Estamos falando de fair play... De saúde econômica, e consequentemente de bem estar social, mas sem a ladainha carcomida do discurso 'marxiano'... Notem quantas fronteiras temos para explorar...

Retornando ao 'mundo marxiano' as óbvias observações de Marx, sobre a evolução do sistema econômico - que mirou como capitalismo - em saltos 'revolucionários', quando poderia ter dito 'evolucionários'; também foi objeto da análise Max Weber (1864-1920), mas sem tanto alarde e romantismo messiânico... Aliás, teria sido importante se Marx tivesse lido Max Weber, e perdemos este evento por um lapso de algumas décadas... Weber era partidário da neutralidade axiológica nas ciências políticas e sociais... Embora a atividade científica esteja intrinsecamente ligada ao mundo dos valores - pois toda pesquisa nasce das escolhas pessoais do pesquisador - a autoridade da ciência não pode ser invocada para impor valores aos indivíduos... Na visão weberiana, a modernidade está atravessada por um conflito valorativo irredutível - a guerra dos deuses e o politeísmo de valores... Seguindo a orientação neo-kantiana, Weber isola do Sein do Sollen - ou seja, diferencia a dimensão do 'ser' - ou 'como é' - da dimensão do 'dever ser', entendendo que teoria e prática, ou ciência e militância política são reinos e domínios distintos... Na pesquisa social, o cientista deve isolar seus pontos de vista subjetivos - seus juízos de valor - e orientar-se pela exposição dos fatos, qual seja, deve expor juízos de fato... "A ciência social deve estar livre de juízos de valores" (Wertfreiheit)...

Separar pensamento e ação, contudo, não implica sacrificar o caráter crítico da atividade científica... Ao cientista social cabe mostrar a íntima vinculação de meios e fins, mostrando como os fins determinam a escolha dos meios e, no sentido inverso, certos meios assentam-se em juízos valorativos... Sem aderir a uma posição positivista (que sobredetermina a dimensão da teoria) ou a uma posição marxista (que sobredetermina a dimensão da prática), a ciência social na ótica weberiana respeita a autonomia da dimensão do 'saber' e do 'fazer' sem perder o caráter crítico do conhecimento científico-social...

Muy bueno... Mas Marx não pensava assim... Marx queria ação, ambicioso, intencionava fazer história, e fez... E não mediu esforços, nem preservou escrúpulos, preferindo comprometer a verdadeira ciência, seja ela econômica, social ou mesmo histórica, e não dialogando com outras ciência, praticando puro exercício de mero Constructo, ao melhor estilo platônico, só que com contornos mais sombrios, radicais e neo-góticos...

Tendo desistido de encontrar pontos positivos, rsrsrs, voltemos à falácias 'marxianas', abundantes, inumeráveis, e se renovam dia a dia... Remexeu, fedeu... Mais de um século e meio se passaram desde que as primeiras hipóteses sobre o "desenvolvimento histórico" foram formuladas pelos 'demiurgos originais, e que, desde então, epígonos e discípulos têm-se encarregado de perpetuar tais falácias', sem nenhuma análise crítica, perfazendo mera imitação... Gostaria de destacar a famosa falácia da "interpretação econômica da história" - e derivativos - sob a forma de "modos de produção" e "lutas de classes como motor da história"; assim como toda a parte analítica no terreno da economia, onde as maiores mancadas da história da humanidade foram cometidas... Isso, mesmo se colocarmos em perspectiva um amplo cortejo de experiências falidas, com desastrosas consequências para muitos povos, atravessando toda a saga humana...


O famoso "Materialismo Histórico" relaciona e justifica a 'evolução' das sociedades existentes para a comunidade socialista - utópica -, a partir das contradições da 'sociedade capitalista', desdobrando-se em uma série de proposições altamente questionáveis... Primeiro por apontar o Apocalipse, ou a crença num "fim da história"... Marx e Engels, sobretudo este último, com suas construções mecanicistas sobre a ‘evolução’ ou 'engenharia' da sociedade e do Estado,  acreditavam que a resolução final das contradições da sociedade capitalista se daria no quadro da sociedade comunista, na qual cada um trabalharia de acordo com sua capacidade e receberia em função de suas necessidades, sem a opressão do capitalista explorador... Uma falácia moderna, partilhada por um número inacreditavelmente alto de acadêmicos... Consiste em acreditar que o Estado - o grande provedor - conseguirá atender às necessidades sociais... Se isto fosse verdade, não apenas teoricamente, mas sobretudo do ponto de vista prático, os sistemas mais fortemente estatizados conhecidos ao longo do século XX seriam exemplos acabados de sucesso econômico e de dinamismo tecnológico, e não o desastre econômico e o fracasso tecnológico que realmente protagonizaram...

Em segundo lugar, "evoca-se a tese de que o motor propulsor deste processo será a famosa proposição da "luta de classes" - o próprio motor da história... A tese não é especificamente marxista (ou marxiana), sendo uma espécie de lugar comum explicativo nas décadas imediatamente posteriores à Revolução francesa, como tal propagada pelos próprios publicistas e panfletários do processo revolucionário e depois disseminada pelos primeiros historiadores dos grandes eventos da França naquela conjuntura... Marx apropriou-se do conceito e o generalizou para o conjunto da história passada, antevendo que a luta final se daria entre a burguesia e o proletariado, este encarregado de inaugurar a nova era e de comandar à implementação do "novo modo de produção", inevitavelmente socialista: Cela va sans dire - elementar..."

Em terceiro lugar, "o famoso conceito do "modo de produção", supostamente capaz de organizar a história em função de formas possíveis de organização social da produção em etapas sucessivamente evolutivas – não necessariamente lineares ou sequenciais –, conceito que ainda hoje frequenta livros didáticos universitários, como sendo a 'única' maneira adequada de descrever o substrato material das sociedades existentes... E claro, discorrendo sobre a acachapante superação pelo modo de produção socialista... Lembra do Lada? "Nem é preciso recordar aqui o ridículo debate pretensamente historiográfico travado no Brasil, durante a fase áurea do stalinismo triunfante, no sentido de decidir se o modo de produção da era colonial era feudal ou se ele já era capitalista, para constatar a que absurdos pode levar uma concepção rígida do processo histórico orientado por esse tipo de camisa de força conceitual..."... Que não deixa de ter um viés desonesto, pelo falseamento de dados, e pela forma seletiva de apresentar as discussões... Em debate honesto, perder é ganhar... Ganhar em conhecimento... E uma disputa sombria, em defesa de trincheiras corporativas e crenças, perder é perder mesmo... E vale tudo para ganhar, até perder-se...

"As transformações ocorridas ao longo dos séculos nas sociedades agrárias tradicionais seguem padrões extremamente diversificados em direção de formações mercantis, crescentemente manufatureiras, progressivamente industriais e, com maior intensidade a partir destas últimas, gradualmente pós-industriais, com a chamada economia do conhecimento reforçando um setor de serviços integrado aos demais setores produzindo a maior parte do valor agregado..." Marx, como é sabido, considerava várias atividades do terciário - ou seja, os serviços - como ‘improdutivas’, o que é um equívoco monumental - e uma piada -, e isso para quem se pretendia ser economista – mas que sempre foi, na realidade, apenas, tão e somente, um filósofo social; e olhe lá!!! – e estando preso ao seu tempo, concebendo a grande indústria manufatureira como o fenômeno econômico dominante e decisivo, em seu limitado horizonte histórico de reflexão...

Não é preciso dizer que, para Marx, a sucessão dos "modos de produção" sequencial – do escravismo antigo ao capitalismo, passando pelo feudalismo e pelo "modo asiático de produção", inventado a partir de certa etapa de suas pesquisas para acomodar aspectos incongruentes em sua caracterização rígida – deveria conduzir inevitavelmente ao "modo socialista", o Nirvana, emergido como fiat filosófico das entranhas do capitalismo, ou a epítome de evolução dos "modos de produção", a verdade última... A falácia fundamental, neste caso, consiste não apenas em imaginar como formações econômico-sociais tão diversificadas - historicamente - possam ser encaixadas, ou aprisionadas, em categorias tão estanques e redutoras; mas, sobretudo, por acreditar que um "modo de produção" possa ser inventado a partir das elucubrações de um cérebro, por mais genial que este possa ter sido - e não foi - ignorando a convergência histórica, a complexidade das transições ao longo do sistema econômico global... 


Outro destaque falacioso no 'mundo marxiano', esta relacionado com com a utopia da "sociedade comunista"; mas as especulações marxianas a esse respeito pertencem mais ao domínio da ficção 'pseudo-científica' política, do que ao domínio do mundo real, e da 'hermenêutica marxiana' no que concerne à análise das sociedades ditas capitalistas - existentes naquele tempo... Tal falácia pode ser simplesmente ignorada, rejeitada, ou solapada de um só golpe, pelo simples fato de que remetem à simples expressão do desejo 'marxiano' - irrealizável -, posto que tal análise não está sustentada em qualquer exposição objetiva das condições que levariam a sustentar tamanha utopia...


Economia Marxiana

Bem mais importantes, porém, do que as falácias ‘histórico-materialistas’ de Marx (e Engels) são os equívocos analíticos e conceituais de seus textos submetidos ao escrutínio da epistemologia e da análise econômica, inclusive pelas consequências práticas sobre a vida de centenas de milhões de pessoas, sendo a maior parte desses efeitos de trágicas dimensões, como o escravismo stalinista, por exemplo... Tal sandice monumental por transcorreu durante a primeira metade do século XX, mas os ecos de sua sangrenta cruzada internacional, ainda produzem consequências aqui e agora, por meio de grupos essencialmente fundamentalista, e facções mutantes... Aqui também, uma parcela substancial do meio acadêmico permanece ignorante, primeiro porque são poucos os que se atrevem a enfrentar as enfadonhas 2.500 páginas do Capital, as 300 páginas da Crítica da Economia Política, as mais de 400 páginas das Teorias da Mais-Valia, a prosa gongórica ou barroca da Crítica do Programa de Gotha, da Ideologia Alemã e de vários outros escritos esparsos, como os Manuscritos Econômico-Filosóficos... A maior parte dos ‘estudiosos’ se contenta com resumos dessas obras, e lá estarão as generosas avaliações panfletadas pelos fieis seguidores 'marxianos', crentes e complacentes... No máximo, um profundo interessado no tema se contentará com a leitura rápida do Manifesto e do 18 Brumário... E nesta última obra, Marx começa em grande estilo:

"Capítulo I
Hegel observa em uma de suas obras que todos os fatos e personagens de grande importância na história do mundo ocorrem, por assim dizer, duas vezes. E esqueceu-se de acrescentar: a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa. Caussidière por Danton, Luís Blanc por Robespierre, a Montanha de 1845-1851 pela Montanha de 1793-1795, o sobrinho pelo tio. E a mesma caricatura ocorre nas circunstâncias que acompanham a segunda edição do Dezoito Brumário! Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado. A tradição de todas as gerações mortas oprime como um pesadelo o cérebro dos vivos. E justamente quando parecem empenhados em revolucionar-se a si e às coisas, em criar algo que jamais existiu, precisamente nesses períodos de crise revolucionária, os homens conjuram ansiosamente em seu auxilio os espíritos do passado, tomando-lhes emprestado os nomes, os gritos de guerra e as roupagens, a fim de apresentar e nessa linguagem emprestada. Assim, Lutero adotou a máscara do apóstolo Paulo, a Revolução de 1789-1814 vestiu-se alternadamente como a república romana e como o império romano, e a Revolução de 1848 não soube fazer nada melhor do que parodiar ora 1789, ora a tradição revolucionária de 1793-1795. De maneira idêntica, o principiante que aprende um novo idioma, traduz sempre as palavras deste idioma para sua língua natal; mas só quando puder manejá-lo sem apelar para o passado e esquecer sua própria língua no emprego da nova, terá assimilado o espírito desta última e poderá produzir livremente nela."

Belo texto... O "18 de Brumário de Luís Bonaparte" foi publicado originalmente na revista Die Revolution, e consiste da análise 'marxiana' dos acontecimentos revolucionários na França, entre 1848 e 1851, que levaram ao golpe de estado pelo qual Napoleão III se nomeou imperador, à semelhança de seu tio Napoleão I... É nesse trabalho, que as teses fundamentais do "Materialismo histórico" são encenadas... Exortando como já vimos a "teoria da luta de classes", a "revolução proletária", a "doutrina do Estado" e da "ditadura do proletariado"... Destaca-se a conclusão de Marx sobre a questão da atitude do proletariado frente ao "Estado Burguês": "Todas as revoluções aperfeiçoavam esta máquina em vez de a destruir"... Isso não motivo suficiente para propor revoluções... Esta obra também evoca a questão do "campesinato como aliado da classe operária na revolução iminente"... Uma obra incendiária, falaciosa de cabo a rabo, populista, e ambiciosa... Os fuzis foram carregados...

Criticar a "economia política" de Marx é uma tarefa hercúlea, e não fácil leva-la a cabo aqui: por falta de espaço... E considerando que já abusei de vossa paciência fiel leitor, e seguro de que poucos, muito poucos chegarão até aqui... Mas vamos em frente, embora deva confidenciar que sou tomado por uma sensação de inutilidade extrema, e avanço pela madrugada... Vale notar ainda, como preâmbulo, que poucos dos argumentos essencialmente ‘econômicos’ 'marxianos' podem ser transpostos na linguagem da economia contemporânea, para receber assim, o tratamento empírico-factual, a que são submetidas as teorias acadêmicas correntes...

Tratemos de algumas falácia da 'mal-fadada tentativa econômica' 'marxiana', e que não são discutidas nas salas de aulas dos cursos de Ciências Humanas:
1. Teoria do valor-trabalho: um equívoco ignóbil que Marx partilha com os clássicos que o precederam;
2. Tempo de trabalho socialmente necessário;
3. Fetichismo da mercadoria;
4. Doutrina da miséria crescente;
5. Taxa de mais-valia;
6. Composição orgânica do capital;
7. Taxa decrescente de lucro;
8. Superprodução de mercadorias;
9 Superabundância de capital;

Existem outras noções bizarras, certamente, mas estas bastam para o propósito deste post...

Na verdade, as elucubrações elaborações prolixas extraídas das pluma de Marx, enquanto fumava um charuto atrás do outro, em ritmo boêmio, pouco atido à alimentação da própria família - com 4 filhos mortos por inanição, enquanto outro, considerado por ele como bastardo, foi dado para adoção, seguindo exemplo de Rousseau que mandou nada mais nada menos que 5 filhos para adoção -, e sustentado por Engels, a partir do "excedente" o lucro, obtido pela "exploração do trabalho" proletário em sua fábrica têxtil em Manchester; "não foram bem entendidas por seu seguidores e discípulos, satisfeitos com algumas fórmulas rápidas extraídas de algumas dessas obras citadas, para daí consagrar um dos mais monumentais equívocos econômicos de que se tem notícia na história da economia prática e das políticas públicas: refiro-me, obviamente, ao socialismo de tipo soviético, ‘teoricamente’ (mal) bosquejado por Lênin e implementado a marretadas pouco teóricas por Stalin e outros improvisadores econômicos" - como Che Guevara... Ainda que se possa dizer que esses experimentos semi-bárbaros de militantes de uma sociedade ainda pré-capitalista pouco tinham a ver com os ‘verdadeiros’ fundamentos teóricos marxistas, tal fundamentação foi construída e legitimada a partir da crítica à economia política ‘burguesa’, de época... Eles, a exemplo do mestre, focaram sua crítica em uma descrição 'marxiana' de seu tempo sintetizada em duas questões: "a teoria da exploração" e a "previsão" do Apocalipse do Capitalismo - não exatamente em virtude de pressões políticas e sociais, mas em função de supostas contradições estruturais...

A "teoria da exploração" é a base para os chavões 'marxianos', e está no centro daquilo que os marxistas consideram a contribuição fundamental de Marx, sua crítica econômica e política... A "teoria da exploração" nos remete à "teoria da mais-valia"... "No Capital, Marx divide o seu objeto analítico em duas partes: o capital constante e variável, sendo o primeiro a parte incorporada nos equipamentos e nos produtos utilizados no processo de produção, e transferido inteiramente para o valor do produto (parcialmente no caso dos equipamentos, apenas a parte correspondente ao seu desgaste físico), e o segundo a parte relativa ao custo da força-de-trabalho, da qual apenas uma parte constitui a remuneração do trabalhador, sendo o resto apropriado pelo capitalista como mais-valia justamente... Marx pretendia ter descoberto ali o segredo do processo de acumulação capitalista, sendo que a taxa de mais valia (s) criada pelo capital variável (v) – expressa na fórmula v/s = trabalho necessário/sobre-trabalho – corresponderia exatamente à taxa de exploração do trabalho pelo capital... Nenhum economista sério consegue trabalhar economicamente com uma falácia desse tipo; desafio qualquer economista marxista a me provar a utilidade instrumental dessa formulação para fins de teoria econômica ou como mero instrumento analítico no plano da microeconomia (isto é, a parte da economia dedicada especificamente ao processo de produção, que é justamente a parte da critica à economia política que Marx alegava ter desenvolvido de uma maneira superior aos economistas ‘burgueses’ do seu tempo)"...

"A falácia mais importante do marxismo, porém, a que o distingue particularmente no conjunto de teorias econômicas críticas do (e ao) capitalismo, é, evidentemente, a que trata da crença – sinto muito, mas não encontro outro substantivo para este equívoco – de que os desequilíbrios regulares e constantes da economia de mercado – de toda e qualquer economia de mercado, que esses mesmos críticos confundem com o capitalismo, a partir do erro original de Marx – conduziriam a contradições insuperáveis nos limites do sistema existente, apenas resolvíveis pela sua substituição ‘natural’ pelo modo de produção predestinado como sucedâneo e sucessor, o socialismo..."

Marx tentou formular o seu sistema de crenças - discutivelmente 'filosóficas' - em termos 'especificamente' econômicos, mas que são, na verdade pseudo-sociológicos... No Capital, Marx se ocupa essencialmente de: "acumulação capitalista"; "taxa de salários"; "exército industrial de reserva"; "monopólios"; "deficiências na demanda"; "desequilíbrios na produção" (como resultado da superprodução de mercadorias e da sobreabundância de capital); "diferenças entre os processos de produção e de circulação"; "descompassos entre o crescimento da produção e a expansão dos mercados"... Tudo isso ilustrado por abundantes citações de relatórios oficiais sobre o trabalho nas fábricas inglesas – geralmente relatórios parlamentares e funcionários do governo, colhidos na British Library, de forma tendenciosa e seletiva -, ilustrado por abundantes comentários em estilo literário dramático, 'marxiano', sobre "os horrores da produção fabril e sobre a cupidez dos capitalistas"... Existem passagens realmente brilhantes, jocosas ou até irônicas, e descrições tão pungentes da miserável situação dos trabalhadores, que são capazes de comover os corações mais duros e as "almas mais cândidas"...

A falácia mais evidente, insisto, é a de ter atirado no 'capitalismo', e acertado no convergente sistema econômico de mercado, com seus desequilíbrios inevitáveis, crises, desafios... Esta falácia foi é está sendo perpetuada não apenas pelos seguidores imediatos de Marx, como também por seus êmulos contemporâneos, sobretudo na academia, onde se costuma misturar as duas coisas numa salada indigesta que passa por economia política... Os primeiros pretenderam destruir o capitalismo a marretadas, mas o que conseguiram foi impedir o funcionamento 'básico e elementar' de uma economia de mercado 'humana', minimamente organizada a partir dos cálculos econômicos essenciais, assim como pela aferição do valor relativo de bens e serviços, condenando assim à esclerose precoce o seu pretendido "modo socialista de produção"... A academia, desde que se dispusessem a raciocinar ao invés de entoar ritos, poderiam valer-se da observação de várias décadas de experimentos fracassados e desastres práticos, com toda a sorte de fatos e evidências empíricas ao seu alcance... Poderiam então entender este quadro ridículo... Como disse, desde de que se dispusessem a raciocinar... Os piores cegos são os que podem mas não desejam ver...

Apesar de confiar na vitória da inteligência humana sobre a ignorância crente, seja no 'marxianismo', 'freudismo', e outros teísmos, ainda topo com 'marxianos' dispostos a reviver a URSS - baseados no melhor estilo do Gosplan soviético, e em outros  modelos igualmente embalsamados, como as tristes experiências da pavorosa Coréia do Norte e da obscura Albânia -, e enaltecendo o patético regime 'da ilha caribenha' de Fidel e Che... 'O que é isso companheiro?'... Mas a maioria esmagadora dos 'marxianos modernos' - embora o termo enseje uma contradição - levantam bandeiras estatizantes e nacionalista, incorrendo na velha e equivocada ideia de os problemas do sistema internacional de mercado, podem ser resolvidos por este expediente 'autárquico'... Não entendem sequer, que o aspecto mais nefasto do dito 'capitalismo', ou seja, a jogatina financeira e a especulação inescrupulosa - a exemplo da especulação financeira que qualquer marxista contemporâneo pratica quando joga na loteria administrada pelo Estado - deve ser combatida com 'inteligência econômica' e regulamentação... A crise americana foi deflagrada por ações do Estado, quando o governo Bush barganhou com bancos, obrigando-os a conceder crédito imobiliário à quem não teria acesso a crédito, por insolvência... E foi assim, pelas mãos 'invisíveis' do estado, que a bola de neve da recente crise mundial começou a rolar... E obviamente pela ganância de uns, formação de quadrilha et cetera... 

Os governos do G20 financeiro também, estão atentos a buscar um regulação ainda mais estrita dos mercados pelo Estado, como forma de interromper, pelo menos momentaneamente, a crise devastadora que não deixa de representar desemprego e pobreza, 'temporários', para os que não dispõem de seguro-desemprego... Além de outras consequências variadas, todas vinculadas às supostas misérias que o capitalismo é capaz de produzir na concepção desses seus utópicos detratores... Trata-se de qualquer forma de um perigoso contra-senso, porque a crise econômica americana foi deflagrada por gananciosos burocratas, jogando com o poder que concentravam em suas mãos... Quem garante que burocratas estatais no comando de bancos conseguirão produzir crescimento econômico, flexibilidade dos mercados, geração e distribuição de riquezas? 

Finalmente a falácia do 'marxianismo' marxista, está diretamente relacionada com a falácia da existência de um 'sistema capitalista' em curso, nefasto e injusto... Só o que existe é a economia de mercado, um sistema global, interconectado, e humanos correndo atrás de seus sonhos, desejos, fantasias, abstrações... Humanos que não podem ser re-engenherados socialmente, nem convertidos em formigas uniformizadas... Não podemos teorizar sobre justiça sem prever a liberdade... Devemos extrapolar, pela justiça, a igualdade de direitos, para que possamos manisfestar em liberdade nossas diferenças inatas e comportamentais... Na verdade não existe uma 'capitalismo' a ser debatida, o Leviatã é mera ilusão... 'Marxianos' acordem deste pesadelo... O que existe para ser debatida, adulta e consequentemente, é como operar e moderar, toda a economia de mercado... É este sistema, convergente e evoluído, que anseia por subir mais degraus, melhorando as condições econômicas para a maior parte de nós, humanos - demasiado humanos...

O 'marxiaismo', como outros sistemas de crenças, freudianismo, judaísmo, cristianismo, islamismo, vivem de INCUTIR O MEDO PARA VENDER A SALVAÇÃO... Thomas More, se vivo fosse, encontraria farto material para aprimorar sua utopia insular - autóctone - em toda a sorte de "engenharias sociais" que o século XX produziu; sob o obscuro pretexto de reinventar o "modo de produção" e de quebra inventar "o novo homem"... More saberia da vitória da Evolução darwiniana, e de que a nossa tábula rasa vinha substancialmente preenchida, irreversivelmente - genética e experiência atuando juntas e retroalimentadas, nem Galton, nem Watson... Platão poderia aprimorar o seu cardápio, em vez de "figos, ervilhas e feijões" uma dieta baseada talvez em 'soja, rica em ômega 3, fibras'... Possivelmente, já tivesse entendido, pela Neurociência que não existem almas, mulheres e homens são igualmente capazes, não existem bom motivos que justifiquem a escravidão e o racismo... Rousseau saberia que o 'bom selvagem' não passa de um Reductio ad absurdum... Mas, talvez, nenhum deles tivessem sobrevivido a alguns experimentos sociais do século XX, hordas de exércitos marcharam conduzidos por estados fortes, fascistas, diferentes bandeiras, e os mesmos crimes... Em alcance, bem mais terríveis e temíveis do que as diatribes anti-papistas, e as diabruras anti-Vaticano, de um débil Henrique VIII...

E aos marcianos, peço que perdoem o neologismo... Não é nada pessoal...

Carlos Sherman

Baseado em várias obras e autores.

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