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terça-feira, 8 de maio de 2012

Brasil


Foto tirada por Carlos Sherman, Praia do Forte, Cabo Frio, Rio de Janeiro, Brasil... 


As classes sociais e a desigualdade no Brasil
Por Leandro Callegari Coelho e Ludmar Rodrigues Coelho *

Há algum tempo não podemos mais falar em pirâmide de classes sociais no Brasil. Se antigamente as classes D e E continham a maioria da população, formando uma grande base, hoje encontramos um losango de classes sociais, com o inchaço da classe C nos últimos anos, vinda de uma migração das classes menos favorecidas.

Os dados abaixo refletem pesquisa realizada com 1500 pessoas em 70 cidades (incluindo nove regiões metropolitanas), na última semana de 2010.

Apenas no ano de 2010, 19 milhões de pessoas deixaram as classes DE e 12 milhões subiram as classes AB. Há 5 anos, as classes A, B e C somadas representavam apenas 49% da população, enquanto em 2010 elas somavam 74%. Sobra apenas 36% para formar a velha base da pirâmide, que começa a tomar forma mais igualitária. Repare na tabela e no gráfico abaixo como as classes DE vêm perdendo massa, e como a classe C vem aumentando.

Distribuição da população por classe social:


Evolução das Classes Sociais:


Reparem também como mudou a distribuição da “pirâmide” de 2006 para 2010, se insistirmos em colocarmos as classes DE na base:



Mas se fizermos o gráfico baseado no tamanho, repare como a diferença é mais marcante:


A chamada classe C ou a Classe Média Brasileira teve o acréscimo de 19 milhões de pessoas no ano de 2010, passando, assim, a ter 101 milhões de brasileiros e representando 53% da população do País.


Desigualdade social


De acordo com dados de 2005 da CIA, o Coeficiente de Gini do Brasil é de 56,7. Este coeficiente mede a desigualdade na distribuição de renda, sendo que se ele for igual a 100 indica distribuição totalmente desigual e igual a 0 indica total igualdade na distribuição da renda. Como comparação, países como Suécia, Dinamarca, Finlândia e muitos outros europeus tem este coeficiente abaixo de 30. No mesmo patamar do Brasil estão Guatemala, Colômbia, Honduras, Zimbábue e Haiti.


Outra indicação da distribuição de renda, além do Coeficiente de Gini, é a relação entre os 10% mais ricos e os 10% mais pobres da população. Neste caso, enquanto as melhores relações são menores que 10 (chegando a níveis tão bons quanto 4), no Brasil a relação é de 49,8 (ainda de acordo com dados da CIA). Esta relação é comparável à de países como Guatemala, Venezuela e El Salvador.


Como são calculadas as classes sociais?


A classificação de classes sociais utilizada no Brasil segue o estabelecido no Critério de Classificação Econômica Brasil, ou Critério Brasil. O Critério Brasil define as classes sociais em função do poder de compra e consumo de determinados itens. Se uma família tem acesso a cada um dos itens, ela ganha pontos, que são somados e comparados com uma tabela. A classe social desta família é determinada pelo número de pontos que ela conseguir somar, e existem 7 classes econômicas diferentes (A1, A2, B1, B2, C, D, E).


Em qual classe social estou?


Some os pontos que sua família atinge utilizando as tabelas a seguir:





Tendo seus pontos somados, compare com as faixas de corte abaixo para determinar qual a classe social de sua família:


A tabela acima é a que determina em qual classe social cada família está, e não as rendas médias apresentadas em algumas pesquisas. A renda pode representar uma família de 2 pessoas ou de 10 pessoas, por isso há muita divergência. O importante é conhecer se aquela família tem acesso aos bens e serviços descritos acima.





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