Imaginem que estamos semeando - digamos - 'cana de açúcar'... Consideremos algumas situações:
1) Duas sementes 'geneticamente idênticas' são semeadas no 'mesmo meio' - ou terreno, e ao 'mesmo tempo'... Tais sementes germinarão, derivadas da mesma impulsão genética e sujeitas ao mesmo efeito do ambiente, no mesmo local e tempo... Apresentarão portanto a alturas similares, maturação similar, resistência à pragas similar, e as mesmas características em termos de fibra, umidade e conteúdo de sacarose...
2) Tomemos novamente duas semente 'geneticamente idênticas' e semeemos no 'mesmo meio', mas em 'tempos diferentes'... Tais sementes germinarão, derivadas da mesma impulsão genética, sujeitas ao mesmo meio, no sentido de que aproveitarão dos mesmos nutrientes que a terra pode oferecer, mas devido à diferença no tempo de plantio receberão diferentes impactos do sol, da chuva e da variação de temperatura ao longo do dia... Apresentarão portanto alturas ligeiramente diferentes, maturação ligeiramente diferente, resistência à pragas similar, e diferente conteúdo de sacarose e fibra...
3) Tomemos as mesmas sementes outra vez, 'geneticamente idênticas', semeadas em meios diferentes, sujeitas portanto à condições inteiramente diferentes em termos de nutrientes, chuvas, exposição ao sol, variações de temperatura... Novamente apresentarão alturas diferentes e um pouco mais acentuadas, maturação e conteúdo de sacarose e fibras ainda mais diferentes, mas um resistência à pragas ainda similar...
4) Tomemos agora duas sementes 'geneticamente diferentes', semeemos no 'mesmo meio' e no 'mesmo tempo'... Tais sementes germinarão produzindo plantas com alturas diferentes, maturação e conteúdo de sacarose e fibra inteiramente diferentes, e resistência à praga inteiramente diferentes...
5) Tomemos sementes 'geneticamente diferentes' outras vez, e semeemos no 'mesmo meio', mas em 'tempos diferentes', e obteremos diferenças ainda mais acentuadas, altura, maturação, conteúdo de sacarose e fibras, e resistência à pragas...
6) Finalmente tomemos sementes 'geneticamente diferentes', 'meios diferentes', tempo diferente', e então as diferenças serão extrapoladas em altura, maturação, resistência à pragas, e conteúdo de sacarose e fibra- entre outras tantas características...
O que podemos concluir destas informações, corroboradas todos os dias por agrônomos em todo o mundo: A genética tem influência crucial na vidas das plantas, mas o seu desenvolvimento depende to meio... A genética é uma 'possibilidade de', que o meio tratará de estimular ou bloquear, mas nunca poderá 'inventar a partir do nada' - o escrever em uma folha em branco...
Agora, se extrapolarmos esta interação entre a genética e o meio para a natureza humana, bem mais complexa geneticamente, em igualmente mais complexa em relação ao meio, relações sociais e aprendizado, ainda assim obteremos mas a mesma conclusão: A genética é uma 'possibilidade de', que o meio e a cadeia de eventos da vida tratarão de estimular ou bloquear, mas o meio nunca poderá trabalhar ou 'inventar características do nada', ou inventar 'um novo homem' - como na cabeça de Marx, Lenin, e outros -, como se escrevêssemos na folha em branco do Behaviorismo watsiano - a Doutrina da Tábula Rasa...
Evidentemente somos diferentes de plantas, temos um sistema neurológico, e isso por si só poderia nos levar a descartar o exemplo acima, mas não tão depressa... Consideremos alguns reflexos diretos de nossa genética sobre o nosso comportamento...
"Um único nucleotídeo caprichoso em um gene chamado FOXP2 causa um distúrbio hereditário na fala e na linguagem" (Pinker, 2002)... Tal distúrbio certamente representará 'distúrbios' sobre a vida dos indivíduos portadores desta característica, afetando o seu aprendizado, relacionamentos interpessoais, e até mesmo a auto-estima, situação financeira, etc...
"Um gene no mesmo cromossomo, LIM-kinase1, produz uma proteína encontrada em neurônios em crescimento que ajuda a instalar a faculdade da cognição espacial: em caso de deleção desse gene, a pessoa tem inteligência normal mas não é capaz de agrupar objetos, arranjar blocos ou copiar formas" (Pinker, 2002)... Evidentemente tais características terão profundo impacto no aprendizado, e com consequências imprevistas sobre o nosso comportamento...
As proteínas, hormônios, oxitocina e vasopressina, reguladas por genes, afetam de sobremaneira a nossa tendência a estabelecer laços afetivos... Você pode estar reclamando com o seu marido sobre o descaso dele com a relação, e pode estar na realidade conversando também como um ou mais genes, responsáveis pelo comportamento em relação ao afeto, ou aos laços e relações humanas...
"Uma versão do gene IGF2R está associada a elevada inteligência geral, sendo responsável por nada menos do que quatro pontos no QI e 2% da variação em inteligência entre indivíduos normais" (Pinker, 2002)... As nossa chance de aprendizado e desenvolvimento serão afetadas por tais genes... Imaginem um processo cumulativo de aprendizado, onde conhecimento gera conhecimento... Finalmente, dois, três, quatro pontos representarão uma enorme diferença em 10, 20, 30, 40 anos...
"Quem tem uma versão mais longa do que a média do gene receptor de dopamina D4DR tem maior probabilidade de ansiar por emoções fortes, de ser o tipo de pessoa que salta de aviões, escala cachoeiras congeladas ou faz sexo com estranhos" (Pinker, 2002)... Não se trata de uma sentença determinista, não!!! Trata-se de um impulsão, uma forte impulsão, que poderá ser estimulada ou bloqueada... Trata-se de uma impulsão que pode chocar-se com outros genes e outros filtros, ou características... Por exemplo, sempre fui dedicado a esportes radicais, mas sempre evitando a altura, a partir de algum trauma, ou quem sabe, de outro gene... O fato é que a minha mãe e o meu avô apresentavam a mesmo repulsa pela altura... Pouco a pouco, fui superando isso, e já não tenho problemas com alturas... Surfei em mares bravios, desci de skate em rampas improvisadas, como cobaia, esquiei na água, na neve, patinei no gelo, joguei hockey, lutei artes marciais, sempre me arrisquei muito... E quanto ao sexo, rsrsrsrsrs, bem, não tem nada melhor, e sempre fui um pouco exagerado quanto à sua prática, rsrsrsrs, mas outras características, talvez uma certa overdose de oxitocina e vasopressina, tenham extrapolado o afeto em mim, de forma que apesar da forte impulsão sexual, sempre quis saber muito mais do que os nomes de minhas amantes, na verdade, sempre fui muito dedicado a ela...
"Quem tem uma versão mais curta de um trecho de DNA que inibe o gene transportador de serotonina no cromossomo 17 tem maior probabilidade de ser neurótico ou ansioso, o tipo de pessoa que se sente paralisada em reuniões sociais por medo de ofender alguém ou agir como uma tola" (Pinker, 2002)... Este impulsão, evidentemente sendo moderada, estimulada, ou filtrada por outras características comportamentais, terminará por influir decisivamente em nosso comportamento e em nossas relações...
Mas a maioria de nossas características psicológicas e comportamentais decorrem da interação entre vários genes, com efeitos diminutos isoladamente, e cujos efeitos modulados pela influência de outros genes... Essas sutilezas, e a respectiva complexidade dificulta ainda mais na análise cobre o comportamento... Genes individuais, como os citados, servem ao propósito de contribuir para o entendimento da inter-relação entre genética e experiência...
O estudo de gêmeos monozigótico e dizigóticos, criados juntos, e submetidos ao mesmo meio ou ambiente, ou criados separadamente, por diferentes famílias, culturas, em diferentes países ou continentes, com experiências completamente isoladas, tem aportado muito ao estudo da Genética e do Comportamento Humano... Uma série de distúrbios cognitivos e emocionais, como a esquizofrenia, autismo, dislexia, atraso e deficiência na linguagem, dificuldade ou incapacidade no aprendizado, canhotismo, depressões graves, distúrbios bipolares graves, distúrbios obsessivo-compulsivos, e até mesmo a orientação sexual, são bem mais concordantes entre gêmeos idênticos do que em gêmeos fraternos, mesmo quando os primeiros são criados separadamente e sendo comprados aos segundos tendo sido criados juntos...
Mas os genes são só explicam condições excepcionais ou extremas, mas também estão por trás da diversidade considerada 'normal', impulsionando as diferenças em nosso comportamento, capacidades e temperamentos... Gêmeos idênticos, criados juntos ou separados são excepcionalmente parecidos, mas não são iguais... Estas diferenças estão relacionadas do desenvolvimento e o aprendizado... São semelhantes em inteligência verbal, lógica, matemática, satisfação com a vida, características relacionadas à personalidade como ser introvertido, extrovertido, aquiescente, serviu, neurótico, consciencioso, intenso, receptivo à experiência, reativo, polêmicos... Assumem posições políticas similares, assim como posições em relação a questões como a aplicação da pena de morte, religião, arte moderna, homofobia, racismo et cetera... São realmente muito parecidos, mas não somente preenchendo enquetes e perguntas, mas também em ação - ou comportamento 'consequencial', como no caso do comportamento frente aos esportes, jogos, relações amorosas, divórcios, cometendo crimes ou infrações, no gosto pela televisão, e o tipo de canais que assiste, na frequência com que se envolvem em acidente... Riem sem parar, juntos, são prolixos, molham o pão com manteiga no café - mesmo que nunca tenham convivido, ou até nem se conheçam... Os penhascos e vales de seus eletroencefalogramas são tão parecidos como diferentes eletros de uma mesma pessoa... As pregas nos cérebros de gêmeos idênticos, assim como a distribuição de matéria cinzenta através das área corticais também são similares...
Em 2001 publicamos pela primeira vez a sequência completa do Genoma Humano... Poderíamos substituir - por exemplo - a celebração de São Cosme e São Damião por este feito... 'Sexta é feriado, dia do Genoma Humano'... Ou 'Dia do DNA'... Um dia de descanso, onde celebramos mais uma indelével proeza da saga humana - demasiado humana... Mas estudamos também os genes dos Chimpanzés, comuns e Bonobos, que diferem apenas em 1% de seus genes... Isso é suficiente para que os Chimpanzés, majoritariamente, estejam entre os animais mais agressivos da natureza, enquanto os Bonobos estão entre os mais pacíficos... Os Chimpanzés comuns dominam a fêmea, e Bonobos são dominados por elas... Chimpanzés comuns fazem sexo pela procriação, enquanto os Bonobos fazem sexo por prazer, como nós... Mas a objeção lógica seria: 'tão similares geneticamente, mas tão diferentes no comportamento? Ôpaaaaa... Só que pequenas diferenças nos genes, na posição destes genes, no sequenciamento, podem afetar de sobremaneira o tamanho e a forma de diferentes partes do cérebro, suas conexões, assim como todo o complexo bioquímico e hormonal dos neurotransmissores...
Um estudo mostrou substanciais diferenças no cérebro de Albert Einstein, por exemplo em relação aos lobos parietais inferiores, responsáveis pela inteligência espacial, intuitiva, e matemática... Problemas nos lobos temporais induzem as experiências místicas - e epiléticas -, comprometendo a sensação de individualidade, e induzindo a uma estado de 'expansão', que para religiosos são correlacionados com um 'encontro com o divino', enquanto os céticos sentem-se em contato com a natureza... A obsessão ou fervor religioso tem forte impulsão genética, enquanto a religião escolhida dependerá do meio... Em um meio cético, tal tendência obsessiva poderá ser recanalizada, para a ciência por exemplo... A esquizofrenia de John Nash, doutrinada pela ciência conduziu à 'Uma Mente Brilhante' e ao 'Nobel de Ciências Econômicas'... Wellington Menezes, também esquizofrênico, doutrinado pela bíblia, matou crianças em Realengo, antes de tirar a própria vida... A tendência ao suicídio também é fortemente impulsionada pela genética...
"Os homens homossexuais tendem a possuir um núcleo intersticial 3 do hipotálamo anterior menor, e sabemos que este núcleo tem um papel na diferença entre os sexos" (Pinker, 2002)... Mas está não é a única razão pelas quais um homem sentirá afeto por outro homem, e mais, mesmo que a decorrência deste 'impulso' seja genética, toda a experiência humana servirá para bloquear ou estimular tal tendência... Existem modismos correntes, onde outras características comportamentais, igualmente genéticas, poderão encontrar um campo de ação para certas tendências comportamentais... Tendências à adesão a causas polemicas, ou à promiscuidade, poderão encontrar estímulo em um comportamento ainda discriminado, que está na moda... Não podemos pensar em Genética, quando reprisamos a situação ateniense, onde o homossexualismo era considerado socialmente aceitável, e mais do que isso, foi estimulado, e considerado 'superior'... Havia uma apologia ao 'amor entre homens', considerado 'mais puro'... Este fenômeno desapareceu tão rapidamente quanto os seus conceitos...
Quero deixar claro que respeito toda forma de amor e afeto, e os direitos individuais, o que inclui o direito e o respeito à homoafetividade... Aliás, trata-se de uma condição íntima, de fora pessoal, tão natural quanto o relacionamento heteroafetivo, isso posto, na perspectiva de que o sexo e as nossas relações afetivas, há muito atendem sobretudo ao nosso prazer e à nossa alegria de viver, sendo a procriação - em um mundo superpovoado - um decorrência secundária...
Mas existem outras investigações interessantes... Existem vários genes que se expressam somente em meninos - machos -, e podem produzir reação imunológica na mãe... "Uma nova e intrigante possibilidade é um gene chamado PCDH22, que está no cromossomo Y, e é portanto específico em homens, e provavelmente envolvido na construção do cérebro. (...) Uma reação imunológica materna pode ser suficiente para enviar a ativação da parte do cérebro que mais tarde estimularia um fascínio pelo corpo feminino. (Ridley, 2008)... Este seria um exemplo da importância da Ontogenia, ou vida gestacional, e da interação entre a genética materna e do feto em desenvolvimento, afetando a preferência heterossexual, ou não permitindo que seja bem demarcada... Este poderá ser um caminho para imprintngs da experiência sobre o cimento fresco da genética...
Experimentos com aves em cativeiro, tem mostrado que em muitas espécies, o filhote macho criado por uma mãe adotiva de uma espécie diferente, sofre imprinting sexual por aquela outra espécie, e ficando claro também, através destes experimentos, que existe uma período crítico durante o qual o filhote adquire sua preferência sexual... Está cada vez mais claro, e não estamos falando dos modismos, que evidentemente existem, que as preferências sexuais humanas não somente são difíceis de mudar, mas como também são fixadas no início da vida... A adolescência - meramente - revela o negativo da película, ou expõe e exacerba outras características, que também podem redundar no comportamento 'desafiador', 'polêmico', 'radical', que porventura pode encontrar o seu caminho também através da homoafetividade...
"E os assassinos e outras pessoas anti-sociais violentas tendem a possuir um córtex pré-frontal menor e menos ativo, sendo essa a parte do cérebro que governa tomada de decisões e inibe os impulsos" (Pinker, 2002)... Isso evidentemente não significa que estas características 'formam' um assassino, mas a dificuldade de inibir impulsos, aliada à outras características genéticas relacionadas à violência, neuroses, entre outros comportamentos, podem produzir com mais frequência um assassino... E o meio desempenha o seu papel, induzindo tal tendência à morte de hereges, ou ao Octógono do MMA... A fúria pode ter sido importante em confrontos militares homem-a-homem, ou no Coliseu Romano... Mas pode ser uma característica comportamental em baixa em nossos dias...
Mas existe outra peça fundamental neste tabuleiro... Um criança vem ao mundo herdando a genética que conduziu o seu desenvolvimento neurofisiológico, e abrirá espaço para seu aprendizado... Mas apenas 5% do nosso DNA difere do Gorila... É quando algo mais entra em cena: o conhecimento cumulativo e organizado, extra-corpóreo, que pela capacidade de aprendizado potencializada por este 5% de diferenças, será assimilado rapidamente... Isso nos permitirá produzir o que chamamos de cultura, definir contratos sociais, associações comerciais, através dos mares e continentes, por gerações... O papel da fala e da escrita será essencial neste processo...
Convivemos com mais ou menos 6.000 línguas e dialetos, e todas estas codificações coincidem na identificação de um sujeito, uma ação, objetos ou coisas, e adjetivos... Em inglês dizemos 'red car', em português será 'carro vermelho', mas apesar de outro esquema combinatório, as 'partes' - intuitivamente falando - são as mesmas... Isso decorre de uma prévia 'programação', genética, de nossos cérebros para a linguagem... E consequentemente para a escrita, ou seja, para o registro do conhecimento... Este passo foi fantástico na evolução cultural humana... A vida de um humano primitivo guarda mais semelhanças com outros primatas do que o homem dito civilizado...
As asas do João-de-Barro tem origem genética, isso parece claro... Mas a construção de abrigo 'também'... E isso pode gerar acaloradas discussões... Não existem instruções ou classes para a engenharia do ninho, ou da casinho do pássaro... "Em meu jardim, e em toda a Grã-Bretanha, os tordos canoros demarcam seus ninhos com lodo, os melros com grama, o papo-roxo com pêlos e os tentilhões com penas, geração após geração, porque a construção do ninho é uma expressão dos genes. Richard Dawkins cunhou a expressão 'o fenótipo estendido', para esta ideia. (...) As caderinas e sua família estão atualmente entre as mais glamourosas moléculas da biologia. Sua reputação se deve ao papel que provavelmente desempenham ao permitirem que os neurônios se encontrem durante a formação da rede do cérebro" (Ridley, 2008)...
O homem é resultante inequívoca da interação entre a genética, da ontogenia, dos imprintings dos primeiros dias, semanas, meses e anos - escrevendo sobre o cimento fresco do desenvolvimento - e a experiência, o aprendizado, a força do zeitgeist, da cultura, e da cadeia de eventos de sua vida, e do conhecimento - ou desconhecimento, rsrsrs - cumulativo... Nem Galton nem Watson, muito menos Freud... Nem Platão nem Rousseau, muito menos Marx... Nem deuses, nem demônios... A teoria da mente está emergindo da Neurociência Cognitiva, da Genética Comportamental, e da Psicologia Cognitiva... Estas são as fronteiras, aí estará o homem novo, um velho conhecido, mas desta vez REAL - nem tábula rasa, nem bom selvagem, nem fantasma na máquina... Real, Humano, Demasiado Humano...
Onde muitos veem mistério, poucos mais valorosos humanos veem 'apenas' complexidade e desafio... Eu vejo a vida como uma miríade de possibilidades, graças aos meus genes, graças ao meu aprendizado, graças ao encontro com homens notáveis...
Carlos Sherman