Terapia genética contra a hemofilia B
Habilitar as células a fazerem uma coagulação complexa, pode permitir que alguns pacientes parem de tomar medicamentos.
Uma terapia genética baseada no vírus cargo-toting, que gravita entre as células do fígado, pode dar aos pacientes com hemofilia B uma proteção a longo prazo contra a hemorragia; uma equipe internacional de cientistas relatou - on-line - em 10 de dezembro na New England Journal of Medicine, esta descoberta:
A hemofilia B é a segunda forma da hemofilia mais comum que existe, e é uma doença hereditária, onde os portadores não possuem uma coagulação sanguínea normal. Os pacientes devem tomar injeções preventivas de um composto chamado fator IX de coagulação para impedir o sangramento de cortes, arranhões ou hematomas. No novo estudo, quatro dos seis pacientes que receberam terapia de gene da hemofilia B, não apresentaram problemas de coagulação.
O trabalho "é realmente um marco no estudo, porque ele está orientado, a longo prazo, para produzir uma proteína com importantes níveis terapêuticos", segundo Katherine Ponder, médico da Washington University de St. Louis, que embora não faça parte da equipe e do estudo, contribuiu com um artigo correlato, nas mesma edição da revista. Os resultados também foram apresentados em 11 de dezembro, em San Diego, durante uma reunião da Sociedade Americana de Hematologia.
Pesquisadores britânicos trataram seis homens com idades entre 27-64 com a terapia genética, um vírus inofensivo, com componentes que estimulam as células do fígado para fazer fator IX. 'Antes do estudo, as pessoas receberam infusões intravenosas de fator IX, 2 a 3 vezes por semana', segundo um co-autor do estudo, Andrew Davidoff, um cirurgião pesquisador, da St. Jude Children em Memphis, Tennessee, onde a terapia genética foi idealizada. Cada paciente recebeu uma única infusão da terapia, chamada de serotype-8-pseudotyped, associado ao vírus vector-adenoviruses. Os cientistas têm monitorado as pessoas do nono ao vigésimo mês.
Quatro pacientes avançados, que receberam doses elevadas da terapia, foram capazes de gerar suficiente fator IX, e já poderão suspender suas infusões preventivas. Dois pacientes que receberam baixas doses de terapia gênica estão obtendo resultados menos satisfatórios. Por enquanto eles ainda estão recebendo infusões de fator IX, mas serão reduzidas dentro de 10 a 14 dias, segundo Davidoff.
O vírus usado como uma ferramenta de entrega, conhecido como AAV-8, foi escolhido em parte porque é improvável que muitas pessoas tenham sido expostas a ele, e consequentemente, já tenham produziu anticorpos suficientes contra este vírus, disse Davidoff. O vírus também tem como alvo as células do fígado, que naturalmente produzem o fator IX. Também porque, quando o AAV-8 entra numa célula, ele não se integra com o material do núcleo, reduzindo grandemente o risco de que a terapia interfira na função celular normal.
Devido a esses resultados, "temos um nível modesto de excitação até o momento", diz Keith W., Md. hematologista, do 'National Heart, Lung, and Blood Institute', em Bethesda - entidade que financiou parte do estudo. O tratamento não pode ser repetido no mesmo paciente, porque o sistema imunológico reconhece AAV-8 nas segunda tentativa. Mesmo assim, a abordagem tem a promessa de que dezenas de AAVs além de outros vírus poderão ser explorados.
Dois pacientes receberam um tratamento curto com esteroides, que mostrou sinais de inflamação do fígado, mas não existem até aqui, outros efeitos colaterais. Anteriormente, em ensaios com animais, os resultados mostraram que a terapia poderia durar 10 anos ou mais. Uma análise mais aprofundada ainda está em curso para humano, diz Davidoff.
Fonte: w3science
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