Naturalismo, Swing e
Pensabilidade...
Falando mais sobre os ‘ismos’,
comento que almocei hoje com uma de minhas filhas, em um restaurante natural...
Adoro este lugar e recomendo a todos os meus amigos... Trata-se de um
restaurante natural, ovo-lacto-vegetariano, que como a própria conceituação diz,
produz deliciosos pratos baseados em vegetais (verduras, legumes, frutas,
frutos e grãos), derivados do leite, e ovos... Nosso dileto chef cuida para
incorporar em seu conceito de ‘naturalismo’, ou comida natural, alimentos ou
insumos que evitem o uso de conservantes, acidulantes, corantes artificiais,
etc... Privilegia ainda e sempre, produtos oriundos da agricultura orgânica...
De forma que nós, minha família, ‘acreditamos’ e certificamos sua conduta, em
prol de uma comida saudável...
Resumidamente e sem rodeios,
comemos neste restaurante ‘natural’ com certa regularidade, porque a comida é
SAUDÁVEL... Uma amiga, adepta de não comer carnes de animais e peixes, costuma
se referir ao seu hábito dizendo: ‘não como bichos’; fazendo um biquinho,
rsrsrsrs... Não é o meu caso, e não é o caso da minha família... Adoro uma
picanha, um churrasquinho, e um ‘sanduba na night’
– rsrsrsrs -, com bastante maionese... Mas sempre que posso, no dia a dia,
trato de comer de forma mais saudável...
Mas o objeto aqui é o lance
do ‘barato naturalista’, ou do ‘padrão naturalista de ser’, e isso me remete a
várias reflexões... Quase 80% de todo o público deste e de outros restaurantes
naturais que frequento, seguem um rito que envolve, além da óbvia comida
natural, a vestimenta naturalista – batas indiana, camisetas com a foto do ‘Che’,
ou com dizeres de proteção ao índio, ao negro -, a crendice naturalista, com
franca adesão ao esoterismo – de qualquer viés -, ao dito ‘espiritualismo’ –
seja lá o que isso signifique -, com ampla preferência pelo mundo ‘indiano’...
Mas por quê? Porque tais alegorias precisam necessariamente andar todas juntas,
em alguém que intenciona apenas comer uma comida mais saudável... Libretos de
esoterismo indiano, e ‘espiritualismo’, além de curas astrais, estão expostos ao
lado das barrinhas de cereais, das pastilhinhas de gengibre, dos bastonetes de
incenso, e os anúncios de cursos de yoga disso, yoga daquilo, ‘viagens astrais ao
alcance de todos’, reiki, do-in, cursos de teatro, acupuntura e – pasmem –
homeopatia...
Será que uma pessoa não pode, majoritariamente, procurar por uma
comida saudável para o corpo, mas conservar a mente igualmente saudável, sem
toda essa poluição fantasiosa? Sem ser pirada na batatinha... É incrível perceber a força da correlação do padrão esotérico,
em relação à alimentação natural... Ou seja, pessoas que agem de forma racional,
não costumam comer bem? Ou pessoas que viagem geral, no cosmos do besteirol, procuram restaurantes naturalistas?
Será uma pessoa consciente
sobre a saúde de seu corpo, tem que ‘viajar na maionese’ – nada saudável – da ‘crença
na crença’? Por que Che, indígenas, yoga e viagens astrais andam juntos? Che
Guevara foi um assassino, um matador de quem pensava diferente dele... Um
psicótico, vidrado em guerras, e seguindo uma utopia com contornos
religiosos... Os indígenas e negros, apesar de todo o apelo destinado às
minorias – qualquer uma -, não foram vítimas dos terríveis europeus, como se
prega e se apregoa por aí... Os portugueses e espanhóis já encontraram a escravidão
na África... Negros escravizando negros... E entraram na cadeia deste negócio... Que foi muito criticado na Europa, e não pegou, senão nas colônias... E este fenômeno nos remete à
pré-história... Povos conquistados eram escravizados... 'Possuir gente', não era tão grave, e ao contrário era socialmente aceito... Em certas cidades mineiras, a maioria dos abastados eram negros, e possuíam escravos... Esta pratica abominável foi eliminada, em grande parte, pela força da Inglaterra... Mas são são europeus que pagam o pato...
Nem os índios eram ou
são ecológicos... Os índios tem uma vida simples, e consequentemente sem impacto ambiental considerável, mas os índios brasileiros precisaram ser severamente ameaçados por leis impostas
pelos portugueses, para parar com a derrubada do pau Brasil... Os índios brasileiros caçavam queimando a floresta, para que os animais fossem desentocados... Com exceção dos Jesuítas,
que realmente enchiam o saco dos índios em sua doutrinação, foram os índios que procuraram a civilização - e não o contrário -, e tudo de NOVO e atrativo que ela oferecia... Naqueles tempos, as terras ainda eram abundantes
mesmo em regiões muito povoadas, e os índios adoravam visitar as cidades, ao
invés de permanecer no marasmo da tribo...
De forma que colocar Che Guevara ao
lado de símbolos da paz, Gandhi, Buda, é no mínimo ridículo, e no máximo uma grave afronta à
verdade... ‘Somos um regime à morte’, brada El Che, no plenário da ONU, quando
interpelado sobre os massacres e execuções políticas... E em seu diário, não o
fantasioso de Walter Sales – Diários de Motocicleta -, mas da vida real, Che
descreve como disparava na cabeça de seus companheiros dissidentes, e com maior
frieza... Um psicótico de alto risco, do qual Fidel tratou de se livrar assim
que pôde...
Duvido que, o que une tão variado cardápio de fontes de inspiração - no estereótipo naturalista -, seja a consciência...
E duvido até que a opção pela saúde tenha sido ‘a proposição primordial’... Se
considerarmos o culto a Marley, morto prematuramente com câncer, e decorrência de
fumar muita erva, podemos questionar que a saúde seja a primeira proposição...
Acho que a escolha ‘naturalistas’, começas pela identidade de grupo, para depois, e muito depois, pensar em alimentação... 'Naturalista', no sentido se abraçar
qualquer causa minoritária, e endossar qualquer mártir, sem uma ‘consciência’ clara do
que está fazendo, apesar de usar e abusar da palavra 'consciência'... O naturalismo na realidade seria consequência, e não a
causa ou a razão de ser... Desta forma, tal movimento estaria melhor descrito como ‘martirismo’
ou ‘minoritarismo’, sei lá... ‘Exoticismo’... Esoterismo ‘Exótico’... Esoterismo
Geral... Esoterismo das minorias e mártires, e afins... Esoterismo do contra, mas na paz... Rsrsrsrs... Sei lá... Quem sabe?
Fiquei pensando nisso, e
colecionando outros estereótipos... Eu não acredito em deuses – em nenhum
deles, nem no seu, nem no deles -, assim como a comida saudável para o corpo,
alimento a minha mente de conhecimento saudável e ORGÂNICO, ou REAL... De forma
que só não creio em deus e xamãs, porque tenho explicações bem melhores, e bem
detalhadas, e isso por força de ter estudado muito... De forma que superei o
medo, e com ele foram pelo ralo os seus respectivos salvadores e divindades...
Não ter deuses, e fantasmas em sua vida, aos olhos dos demais, é o mesmo que
ser imoral ou desonesto...
Estávamos em uma ‘doceria’, de
propriedade de um casal de amigos, e que andavam muito chateados com o vizinho
indesejável, uma casa de swing... Além da natureza do negócio - casa de swing -,
o chefão do pedaço era um cara de aparência sombria e perigosa... E o nosso
amigo, proprietário da doceria, comentava e lamentava sobre uma discussão
ocorrida no dia anterior, e sem querer, por mera distração disparou: ‘até vocês,
que são ateus, não aprovam o swing’... Rsrsrsrs, ele evidentemente não disse
por mal, e preferi não comentar, mas soou como, ‘até vocês, ateus imorais, não
aprovam o swing’... Rsrsrsrs, mas a verdade é que o ‘swing dos outros’ não é
problema meu... Eu não faria isso, e considero uma péssima escolha, mas cada um
faz o que bem entender com o seu corpo... Mas em minha modesta opinião, sem
dispor de comprovação ou provas, o dono da tal casa de swing me pareceu realmente
bastante ameaçador, e jamais compraria um carro usado dele, rsrsrsrsrs... De
forma que concordo com os meus amigos sobre a má propaganda para o
estabelecimento deles, até mesmo porque este senhor parece envolvido com
atividades criminosas, com a frequente entrada e saída de policiais da PM... O
bairro nunca esteve tão bem vigiado, e melhor para a doceria, rsrsrsrs... Mas
não posso dizer que quem faz swing é criminoso...
Mas por outro lado, e indo
direto ao ponto, não é legal ter uma casa de swing como referência do seu
negócio ‘fofinho’... A ‘doceria’ é linda e muito agradável, no melhor estilo
parisiense... Então seria: ‘nossa doceria fica logo ali, entre a casa de swing
e a banca do jogo do bicho’; rsrsrsrsr... Desagradável...
Mas encontrar padrões para
viver, é um exercício de nossa inteligência, e não há nada de errado com isso...
Já, encontrar os padrões errados, ou as correlações equivocadas, isso sim é um
exercício de preconceito, ignorância ou superstição... Sutis sinônimos... Como
acertar então? Buscando a imparcialidade, trabalhado e formando o seu conceito
de justiça, praticando a ética e a empatia e, sobretudo, revisando sempre a sua
PENSABILIDADE...
Tenho dito...
Carlos
Sherman
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