Carta
ao senhor V.S. Ramachandran
Ramachandran é autor
do livro ‘Os Fantasma no Cérebro: Uma
Investigação sobre os Mistérios da Mente Humana’, em co-autoria com Sandra
Blakeslee... Vilayanur Subramanian "Rama" Ramachandran, nasceu em
1951, e destacou-se como neurocientista nas áreas de neurologia comportamental
e psicofísica visual. “Rama” é o diretor do Centro para o Cérebro e Cognição (Center for Brain and Cognition), e professor
no Departamento de Psicologia e do Programa de Pós Graduação em Neurociência da
Universidade da Califórnia (University of
California), San Diego...
Ramachandran é
conhecido pelo uso de métodos experimentais que dispensam – em princípio - a utilização
de tecnologias complexas, tais como neuroimagem, ressonância magnética, etc...
De acordo com Ramachandran, "muito do sentido da aventura vitoriana [na
ciência] foi perdido"... Apesar da aparente simplicidade de sua abordagem,
Ramachandran tem gerado muitas idéias revolucionárias sobre o cérebro... Ele é
chamado de "O Marco Polo da Neurociência" por Richard Dawkins e
"O Paul Broca Moderno", por Eric Kandel... Em 1997, a renomada Newsweek nomeou “Rama” como membro da
"The Century Club", uma das "cem pessoas mais proeminentes"
do século XXI... Em 2011, “Rama” foi listado como uma das "pessoas mais
influentes do mundo", pela "Time 100"...
The Letter:
Dear Mr. Ramachandran,
Or may I call you ‘Marco Polo’, or maybe better: ‘Mr. Sherlock
Holmes’... This contact, even by e-mail, is a great honor for me... I´m trying
to write my first book called 'Ethos',
the same title of the unfinished book of Sagan - and by pure coincidence -,
that, concisely, reflects my meeting with remarkable men like you, and very proud
to have received inputs of such a noble ideas...
I write here, and humbly, because I have your book in
my hands – and now, in my life -, "Phantoms
in the Brain: Probing the Mysteries of the Human Mind”, coauthor Sandra
Blakeslee, and I´m really very excited with a new world of ideas... Thank you...
But also I´m writing, and once again emphasize the
gesture of humility in the face of your knowledge, just to try to make a small
contribution to your work as 'researcher' – or investigator -; like ‘the
witness’ that makes an anonymous call, providing ‘clues’ about who is the murder,
or about the place where the murder weapon is hidden... Analyzing the case of
Tom, and analyzing the two alternatives offered, ie: 1. A kind of a neural sprouting,
remapping the stimulus – and sorry about my English; or: 2. A kind of
redundancy; and occurred me another alternative or – maybe, a more plausible one
- possibility...
The neural circuits, or rather, a neuron, could be
compared – just to simplify – with an 'integrator', which receives various
inputs, resulting in a 'higher passes' output... So we have ‘signs of blocking
or stimulating’, ‘adding or subtracting inductions’, and with a – specific -
intensity, resulting in an integration into the neuron, that results in a ‘biochemical’
output signal... So, with the amputation of an arm, for example, instead of
sending a blocking signal, that would result on ‘inducing the correct path to
the face’, helping to map the sensitivity of touch in the face with the face; a
'null' signal is there, and contributing in the ‘wrong way’ – or not
contributing in the right way -; and ‘inducting confusion’ between the arm and the
face sensitivity... So, I mean that, when the arm is really there, a blocking
signal – for the arm sensitivity - will be sent, to ‘complete’ the correct path
to the face sensitivity...
The relation between arms and face, is a matter of ‘the
radiation of the confusion’, because the circuit for arms and face – as will know,
by the Penfield Map -, are close, but in my speculation, they ‘could be the
same’... So, there is no redundancy, but the same circuits... When we don´t
have a ‘closed door’ for the leg, the pain could be sensed in both, leg and
face, and depending of many details, related with the amputation, the results will
be quite ‘different but similar’...
I once again ask forgiveness about my English, and for
daring, and as I explained, I write about the subject and abut related themes,
and your book was a window to many reflections... I am an electrical engineer,
mathematician, and I have a doctorate of philosophy in progress... I use to devour
all the – serious - information associated with the Neuroscience, Genetics,
Biology, History, Anthropology, Mythology, Astrophysics, Philosophy, Music and Poetry,
hahaha... Thank you for your
attention, I hope I have somehow contributed... It would be an honor to meet
you someday...
PS: I'm still in the story of Tom, and only on page
69, and it may be that the puzzle will be properly solved in the next chapters...
Anyway, the reflection produced, and the single contact through this
correspondence, are very mean to me... Sorry – again - for daring…
A sincere and a tender hug, and thank you for
persisting.
Carlos Sherman
Tradução:
Prezado Senhor
Ramachandran,
Este contato,
mesmo por e-mail, é uma enorme honra para mim. Eu escrevo um livro chamado 'Ethos', o mesmo título do inacabado
livro de Sagan - e por pura coincidência... Reflete de forma concisa o meu
encontro com homens notáveis como o senhor, e o orgulho de ter recebido inputs
de idéias tão nobres...
Escrevo aqui, e
humildemente, porque tenho em mãos vosso livro, 'Phantoms in the Brain: Probing the Mysteries of the Human Mind, em
co-autoria com Sandra Blakeslee', e estou muito excitado com este novo mundo de
idéias. Obrigado...
Mas escrevo
também, e mais uma vez ressalto a humildade do gesto, em face de vosso
conhecimento, para tentar dar uma pequena contribuição ao seu trabalho como
'investigador'... Na figura de uma testemunha que faz uma ligação anônima,
fornecendo pistas sobre o criminoso, ou sobre o local onde se encontra a arma
do crime... Analisando o caso de Tom, e analisando as duas alternativas
oferecidas, ou seja: 1. O brotamento neural, remapeando o estímulo; ou: 2. A
redundância; Ocorreu-me outra alternativa, e possivelmente mais plausível...
O circuitos
neurais, ou melhor dizendo, um neurônio, pode ser comparado - de forma muito simplista
- a um 'integrador', que recebe diversos inputs, resultando em um sinal de 'passa
maior'... Temos então sinais de bloqueio ou estímulo, e com determinada
intensidade, resultando em uma integração dentro do neurônio... Desta forma, com
a amputação do membro, ao invés de mandar um sinal de bloqueio, por exemplo,
que resultaria em induzir o caminho correto, mapeando a sensibilidade do toque
no rosto, o sinal é 'nulo' e, portanto, deixa de contribuir no caminho correto,
ocorrendo então uma 'irradiação' do sinal e, portanto, da sensibilidade para o
'braço fantasma'... Sendo assim, e pelo mapa de Penfield, a circuitaria afetada pelo sinal nulo, resultaria em
'falha' na sensibilidade, por irradiação de uma resultante equivocada, nas
proximidades do membro amputado...
Peço mais uma vez
perdão pelo atrevimento, e como expliquei, escrevo sobre o tema, e sobre temas
correlatos, e o seu livro foi uma janela para inúmeras reflexões... Sou
Engenheiro Eletrônico, Matemático, e tenho um Doutorado de Filosofia em stand-by...
Devoro toda a literatura associada à Neurociência, Genética, Biologia,
História, Antropologia, Mitologia, Astrofísica, Música e Poesia, hahaha... Obrigado pela atenção, espero
ter, de alguma forma, contribuído... Seria uma honra conhecê-lo um dia...
P.S.: Ainda estou
na estória de Tom, e apenas na página 69, e pode ser que o enigma seja
devidamente desvendado nos próximos capítulos... De qualquer forma, a reflexão
produzida, e o contato por meio desta correspondência, muito significam para
mim... Desculpe, novamente, pela ousadia...
Um sincero e forte
abraço, e obrigado por persistir...
Carlos Sherman
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