Debate com um amigo sobre a velha relação biunívoca entre
Ética e Crença...
Sua inteligência me instiga... Sempre lembrando ser um
debate honesto, baseados em argumentos e sobre idéias... Fiquei rindo, do lado
de cá do mundo, rsrsrsrs; porque só faltou você dizer que o dito professor 'era
ateu e era ético', rsrsrsrsrsrs... Na
verdade eu inverteria toda a questão... Ou seja, a solidariedade é amplamente
mais difundida em países minoritariamente religiosos... Ou seja, eu diria que
existem pessoas religiosas que também podem ser éticas, rsrsrsrsrs... ‘Religiosas’
neste ponto, remete - em minha abordagem - às religiões abraâmicas e ‘produtos
derivativos’... Os livros sagrados são terríveis... É um fato... Encontrar
aspectos elevados é uma raridade... Comece pelo Gênesis e vá em frente... Sou
um ex-crente, e ostento com certo orgulho, um profundo conhecimento bíblico -
fundamento e história - e não existem valores legítimos de nenhuma ordem... É
realmente uma desgraça atrás da outra, imperando a essência do Código de Hammurabi:
‘Olho por olho, dente por dente’... A inspiração da Jihad Islâmica está no
Antigo Testamento... E trata-se de um negócio... Mas, se empunhando tal manual
prático de matanças e intolerância 'é possível ainda assim ser ético', será uma
tarefa difícil... Mas aposto as minhas fichas de que a maioria realmente está á
deriva por absoluta falta de opção... Como no meu caso... Pessoas de bem, que querem
viver uma boa vida, mas estão intoxicadas de religião por todos os poros...
Religião é um negócio, o rabinato e a vida eclesiástica
são profissões... E temos aí entidades de classes... Seu benefício terapêutico,
por tudo que já foi dito, é bem improvável... Um aspecto extremamente
complicado é a negociação da salvação pela oração e submissão... No caso
judaico e islâmico, a obediência sega a regras absolutamente alucinadas e
atrasadas... Mas desconstruir uma tremenda história maluca e sem pé nem cabeça,
não garante ética... A ética não veio de livros sagrados... Fechar os livros
sagrados não definirá sua conduta ética, nem garantirá uma vida satisfatória...
Mas é um excelente começo... Deixar os amiguinhos invisíveis, as fadas, e os
deuses e demônios pra trás, é um bom começo para a maturidade humana e
humanizada...
Finalmente não entendo o ‘pastor ateu’... Ateísmo é um
rótulo estranho, ‘não acreditar em deuses’... E para piorar, parece com uma
doença infecto-contagiosa: ‘o paciente tem paludismo e ateísmo... Está ferrado’...
Não acreditar em deuses pressupõe ser impossível ensinar sobre deuses... Ou
não? Pastores, pastoreiam o rebanho de ovelhinhas, e existe um propósito... Levá-las
o paraíso... E existe um preço... Em espécie... Ser ateu, como já expliquei não
é outra religião, assim como não colecionar selos não é outra coleção... Não
ter um time de futebol não é outro time... É a simples desistência de professar
certo rito... Não existem pastores ateus...
Vivo em mundo natural, sujeito às leis naturais, e
compreendo a vida um pouco mais todos os dias, e posso mudar abruptamente ou
gradativamente, dependendo apenas da possibilidade de entender melhor... E sem
reservas de domínio... Isso em nada se assemelha a uma religião... Vivo de
dúvidas, e a religião vive de certezas... Alimento-me de dúvidas... E avanço em
minhas dúvidas somente, sempre, e quando, existem evidência e provas... Isso me
distancia mais ainda de qualquer crença... Pastor ateu, é como um ‘colecionador
de selos que não coleciona nada’... É um clássico ‘reductio ad absurdum’..
Um forte abraço...
Carlos Sherman
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