Um
dia desses, li em um site/blog criacionista e pseudocientífico, que a ‘Datação
Radiométrica é falsa’... E isso porque estaríamos – nós, cientistas – ‘assumindo
incorretamente que as rochas são sistemas perfeitamente fechados’, e porque
estamos assumindo também ‘incorretamente, que nenhum isótopo foi adicionado ou
subtraído da rocha’ durante sua existência... Na verdade, tais questões
demonstram profundo desconhecimento sobre Datação Radiométrica, e são tendenciosas,
e claramente não discutem a verdade, procurando apenas – e através de argumento
falacioso – lançar confusão sobre o tema...
Explico:
Sistemas ‘absolutamente
fechados não existem na natureza’, mesmo sob condições ideais e controladas em
um laboratório... No entanto, muitas pedras aproximam-se de sistemas ditos fechados,
e sua datação pode ser corroborada por diferentes métodos Radiométricos, com
variância em torno de 1% nos resultados... Os diferentes estados de conservação
da amostra, podem também permitir o cálculo de diferentes margens de erro. De
forma que a Datação Radiométrica realmente produz resultados consistentes, principalmente
em períodos muito longos, e para situar uma amostra dentro de uma ERA ou
período Geológico – GeoCronologia...
Na verdade não esperávamos que a Datação Radiométrica fosse tão precisa... Poderíamos perfeitamente conviver com uma margem de erro bem maior...
Na verdade não esperávamos que a Datação Radiométrica fosse tão precisa... Poderíamos perfeitamente conviver com uma margem de erro bem maior...
Algumas rochas
podem ser expostas à contaminação externa, mas algumas amostras estão muito bem
conservadas... A maioria das datações, são determinados a partir de minerais
múltiplos e amostras de rochas, que dão uma data consistente dentro de 1 e 3
por cento de margem... Sendo extremamente improvável que a contaminação afete
todas as amostras da mesma forma... Ou seja, um padrão se repete, demonstrando
que a exposição não afeta o resultado a ponto de invalidá-lo... Exatamente o
contrário... Demonstra elevada precisão no método...
Métodos de
Datação Isócrona– Isochron -, podem detectar a contaminação com extrema e
precisão, até certo ponto, exatidão... Os Isócronos são determinados a partir
de amostras múltiplas, e a contaminação teria que afetar todas as amostras – e da
mesma maneira -, de desta forma o resultado também é multiplamente
corroborado... Trata-se de uma técnica comum de Datação Radiométrica e costuma
ser aplicada a determinados eventos e amostras, tais como cristalização,
metamorfismo, eventos de choque, e diferenciação na formação de rochas... A
Datação Isócrona pode ser ainda utilizada para datar rochas extraterrestres ou meteoritos...
Na Datação com Urânio-Chumbo,
a exposição dos sistemas – rochas – pode ser testada, em função de existirem
dois isótopos de urânio - 238U e 235U - que se decompõem
para diferentes isótopos de chumbo - 206Pb e 207Pb,
respectivamente... Se o sistema se manteve fechado, então um lote de 206Pb
/ 238U 207Pb contra um lote de 207Pb / 235U,
decairá sempre seguindo um padrão... ‘Mesmo quando as amostras são discordantes,
datas bem confiáveis podem ser encontradas’ (Faure 1998, 287-290)...
Os Geocronologistas,
cientistas de fato, estão bem cientes dos riscos de contaminação em amostras, e
todos os esforços são empreendidos para minimizá-los, porque buscamos a
verdade, e não corroborar crenças infundadas... Não usamos amostras expostas ao
tempo, e como disse, todo o cuidado é pouco... Mas todo este esforço, este
gigantesco esforço, que consome dinheiro, mentes, e vidas, em prol da verdade,
não pode ser questionado senão, por quem se deu ao trabalho de entender como as
coisas funcionam... Este meticuloso trabalho em nada se assemelha à fábula bíblica,
criando coisas ao acaso, do nada, sem explicações, nem cronologia, e nem nada,
além de medo e ameaça...
É muito triste
perceber que em lugar de cérebros, muita gente, muita mesmo, tem rochas dentro
do crânio...
Carlos Sherman
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