(..) Você lamenta que, necessitemos recorrer à memória, ou seja, às nossas lembranças, quando
lembrei a você de que na realidade ‘não temos escolha’... Pois a memória é involuntária,
recuperá-la também... Na verdade, acho que a questão está mal colocada...
Devemos nos preocupar, sem idéias pré-concebidas, em entender primeiro 'como a mente
funciona'?... Como a memória funciona... Para então, e pelo entendimento, ‘saber’...
E finalmente 'aceitar', por trata-se - simplesmente - da realidade... E aí já não cabe
recurso, ou seja, ‘a vida é assim e pronto, então que legal, vamos nessa, vamos surfar esta onda’... Ou
seja, não escolhemos como a vida é, assim como não escolhemos como funciona o
nosso cérebro...
Precisamos antes
disso, claro, validar o processo, ou os processos de investigação sobre ‘como a
mente funciona’, ou ‘o que é a mente’, ou até mesmo ‘o que é a vida’... Mas dispomos de tais processos, eles são objetivos, exatos? Sim, dispomos de tais
processos, pela Neurociência, pela Genética... E sim, tais processos são
objetivos, e de certa forma são 'exatos', ou estão evoluindo rapidamente para
refletir padrões exatos, ou melhor seria dizer ‘úteis’, ou ‘suficientes’...
E partindo deste
conhecimento, ou deste entendimento, devemos aceitar a vida como ela realmente é,
e sem lamentar-nos, jamais... Pra quê, por quê? Não bate com nosso sonho
encantado? Mas quem induziu tal sonho? Disney, Marvel? Talvez estas fantasias,
dependam diretamente da cultura à qual pertencemos, e do tempo em que
vivemos... ‘Think about it’!!! Isso é elementar, e fundamental, para que logremos certa harmonia com a própria vida... Aceitá-la e celebrá-la... Como ela é... Desejar
que fosse diferente, não ajuda... Entende o meu ponto de vista? Parafraseando
Francisco de Assis, ‘trate de mudar o que pode ser mudado, aceitar o que não
pode ser mudado, e desenvolver a maturidade, e a capacidade, para discernir uma situação
da outra’... Sem a ajuda de forças sobrenaturais, rsrsrsrsrs, claro... Sem
deuses, nem demônios...
E posso assegurar
que a vida, assim como ela realmente é, é maravilhosa e muito mais instigante que
qualquer fantasia ou desejo... E é tudo o que temos, e lamento informar... Também
'sabemos', hoje em dia, sobre o papel e a impulsão que a Genética exerce, sobre as nossas
vidas e ações... O nosso afeto é em grande parte 'determinado' pela Oxitocina e
pela Vasopressina... A Dopamina também entra neste complexo de: apaixonar-se e
desapaixonar-se, de querer ou não ter filhos, ou de cuidar muito ou pouco dos
filhos, ou mesmo de ser mais sociável ou menos... Para alguém que vive apaixonado, tudo bem; mas quem não consegue expressar sentimentos, ou mesmo emocionar-se
com frequência, costuma rolar uma sensação de culpa do tipo: 'sou insensível',
ou 'você não estabelece laços', 'não expressa o que sente'... Ou mesmo ‘não
quer ter filhos porque não é uma boa pessoa’, ou ‘não desenvolve um grande
interesse pelos filhos que tem’...
Por acaso, e apenas por acaso, remo a
favor da corrente, e isso porque naturalmente sou muito afetuoso, sensível, super pai, super 'mãe', rsrsrsrsr... Grudado e apaixonado pela vida, e pelas pessoas... Muito amoroso e
protetor... Um viciado em Oxitocina... Talvez um desequilíbrio acentuado pela retirada precoce de minhas amígdalas, muito em voga nos anos 60 e 70, rsrsrs... Mas hoje entendo, como as pessoas que
remam contra a corrente se sentem... E sei - pelo conhecimento - que 'ninguém é culpado por ser quem é'... São apenas diferentes do padrão que está na moda... Você por exemplo difere do
padrão, a por vezes até acho que segue outro voluntariamente outro padrão, ou seja, ‘ser diferente’,
rsrsrsrs... Mas sabe muito bem o preço que paga por isso... Você não é assim porque
quer ser... Você simplesmente é assim e pronto...
O nosso afeto, por exemplo, começa a sendo regido pela Genética, e pela subsequente conformação neurofisiológica, anatômica, e na quantidade e localização dos neuroreceptores para a Oxitocina e Vasopressina; assim como, em decorrência de fatores bioquímicos - e que também tem
origem na Genética -, no equilíbrio ou na produção de tais hormônios
(proteínas), além da Dopamina, da Serotonina, e outros hormônios correlatos... E isso é só o
começo... Aí entra a cultura e a cadeia de eventos particular de nossas vidas; o lado
comportamental, a memória, o aprendizado; e finalmente, 'somos quem somos sem
intencionar sê-lo... mas somos, e responderemos legalmente por nossos atos'...
Isso esvazia a culpa medieval da falácia do livre-arbítrio, e lança um olhar realmente humano, solidário e realista, sobre a natureza de nossos comportamentos... E se soubermos onde - realmente - estamos, será muito mais fácil decidir pra onde ir... Parafraseando - por exemplo - Mark Twain, e muitos outros, e bons, trataram desta questão,
'O maior problema não está na ignorância, ou no fato de algumas pessoas saberem pouco... O problema, é acreditarem que sabem muito, e com arrogância, quando estão fragorosamente enganadas'...
Isso esvazia a culpa medieval da falácia do livre-arbítrio, e lança um olhar realmente humano, solidário e realista, sobre a natureza de nossos comportamentos... E se soubermos onde - realmente - estamos, será muito mais fácil decidir pra onde ir... Parafraseando - por exemplo - Mark Twain, e muitos outros, e bons, trataram desta questão,
'O maior problema não está na ignorância, ou no fato de algumas pessoas saberem pouco... O problema, é acreditarem que sabem muito, e com arrogância, quando estão fragorosamente enganadas'...
Carlos Sherman
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