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terça-feira, 3 de maio de 2011

Pólen


Escrevi este soneto,
Para encantar o meu amor,
Mas a “flecha” desviou
E acertou a bela flor...

Não por força do destino,
Nem por obra do acaso,
Pelo impacto das palavras
Todo pólen o ar soprou...

Então vi a cidade em festa,
Os amantes eram febris,
Os solitários errantes...

Meu soneto havia encontrado,
Mesmo pelo caminho errado,
O Amor Universal...

Minha dama, no entanto
Não sabia ser a fonte,
Desta febre dos amantes,
E de tamanho furor...

Mas sentia vigorosa,
Toda força penetrante,
Deste pólen flutuante,
Que o meu soneto espalhara...

Quando cruzei a sua luz,
Em um canto qualquer da praça,
Deste nosso lugarejo...

Percebi que ela encontrara
O amor em outros braços,

Onde deveriam pousar os meus... 


Carlos Sherman


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