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sexta-feira, 6 de maio de 2011

Minhas Mães, Minha Vida...


Érika Sherman Palmer nasceu Érika Simone Guimarães Rodrigues; e a sua mãe conseguiu a proeza de ser mãe do Dia das Mães... Recebeu os parabéns da Família Buscapé, em tempo, e em dobro... Se avexe não minha filha... Érika nasceu em Campina Grande, e sob o signo da maternidade... Seu Zé, não perdeu tempo, e se alistou no primeiro Forró que encontrou... Pra comemorar... Fazia tempo não se via tanta belezura...

Érika seria a primeira dos Quatro Filhos do seu Zé... E ele teria muitos Forrós pela frente, e Dona Ivonete desconhecia o que o destino lhe reservara... Na verdade todos desconheciam... Todos desconhecemos... Na verdade não existem destinos... E não existem caminhos... Fazemos o caminho ao caminhar...


Uma vida modesta, mas feliz... É desta felicidade que a Kinha lembra... Erikinha lembra dos móveis da casa de Campina Grande, da cortina laranja na sala, do aparelho telefônico, no estilo dos anos 60... Lembra de ser arrumada pela mãe para sair, pulserinhas, cabelo alinhado... Mas ainda não desconfiava que, este seria, para sempre, um de seus passatempos preferidos... Arrumar-se... Dona Ivonete era vaidosa, bonita, meio exagerada, rsrsrs, opulenta, mas sempre de bem com a vida... Bom humor a toda prova... Mas estas lembranças foram o pouco que restou de tão breve período de felicidade... Um viés haveria de mudar os rumos desta estória, e drasticamente... 

A Saga desta modesta família não cabe nos limites de um Blog, e nem no limite da paciência dos leitores; mas a pequena Érika e seus três irmãos foram separados da mãe de forma brusca... Érika tinha apenas 7 anos... Ela cresceu rápido, e só trazia consigo uma lembrança da mãe, as pulseiras... Precisaram ser cerradas, afinal, cortavam a pele de Érika por fora... E a falta da mãe cortava por dentro... E lá foram as pulseirinhas, a última lembrança de mainha...

Ela precisou de 26 anos para reencontrar a mãe, e acho que, proporcionar este encontro, foi uma das coisas mais importante que fiz na vida... Eu havia preparado uma surpresa para a Érika, no Terraço Itália, no dia de seu aniversário... Dia das Mães... Apesar de todos os arranjos, entrada ao som de Over The Rainbow, She, etc., ela estava distante e visivelmente triste... E perguntei o que estava acontecendo... Ela me disse que pensava em uma senhora, privada de conviver com os filhos... E que mesmo sabendo ser impossível, sempre esperou que a mãe ligasse no seu aniversário... 

Foi quando revelei parte do meu plano... E expliquei que havia encontrado a mãe dela, por meio de sua irmã, e que tinha o telefone dela anotado em meu celular... Ela então pegou o telefone, em um gesto singelo, quase banal, ligou para a mãe... Tratei de encharcar o meu Risoto ao Funghi em lágrimas... Foi realmente fulminante... Emoção pura... Líquida... E ela disse: “alô, é sua filha”...

Hoje, estamos sempre em contato com a Dona Ivonete... Trazemos esta figura maravilhosa todos os anos e acabamos de curtir uma temporada com ela... É tão bonito vê-las juntas... São muito parecidas... Lúdicas... Leves... Quase crianças, quando estão juntas... Fico aqui escutando o som da risada pura e solta... E sinto-me honrado por participar desta estória...

Mas neste tempo, a Érika procurou mães em toda parte... Viiiiixi... E conseguiu... A docilidade, aliada à sua visível carência de afeto, contribuíram para inspirar uma legião de mães, ou quase mães, na vida dela...

A Dona Marlene, diretora da escola... Foi ela quem levou Erika e os irmãos para a escola... Esse passo foi fundamental em muitos aspectos... Curiosamente ela nunca teve filhos... A Dona Maria, que ensinou os primeiros passos de uma mocinha... A Silvia, que ensinou os primeiros passos de uma mulher... A Dona Marizete, que ensinou os primeiros passos de uma mãe... 
Dona Margarida, que ensinou sobre a dedicação de uma mãe a um filho com necessidades especiais... Ensinou, portanto, sobre o AMOR... A Meg que foi mãe-amiga, e ensinou a fazer Sushi... A Dona Quitéria, mãe da Tati, que lhe acolheu em um momento difícil, onde só o que ela precisava era de um colo de mãe para chorar... E madrasta que ensinou “às avessas”... A sogra, exemplo de mãe, que exemplificou tão bem a maternidade, que acabou por gerar um “marido mãe”... Foi ela quem ocupou o posto até o reencontro com a verdadeira mãe...

Hoje a Érika celebra o Dia das Mães, agradecendo a todas estas “Minhas Mães”, e reconhecendo o valor de todas as mulheres que abrigam o instinto materno, e agem como verdadeiras mães... Tendo ou não passado pelo obstetra... Ser mãe é antes de tudo uma atitude... E hoje, com tanta ajuda, finalmente ela também entende este papel...

Ser mãe é ter o coração batendo fora do peito...

by Carlos Sherman


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