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quinta-feira, 14 de abril de 2011

Assim Falou Zaratustra... Revisão 2

Este é o resultado de um trabalho escolar que minha filha Karoline apresentou com seu grupo, no Colégio Dante Alighieri, no Terceiro Ano do Segundo Grau; abrangendo as disciplinas de Sociologia e Filosofia... Tive o prazer de ser convidado por eles como orientador e revisor, e aqui está: 
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A História é um Processo Contínuo 

Nosso Mundo em Constante Transformação

"Moro em minha própria casa
Não imito ninguém.
Rio-me de todos os mestres,
Que nunca riram de si mesmos"
NIETZSCHE, Friedrich
A Gaia Ciência

Para avaliar o impacto de Nietzsche, sua obra, sua ideologia e sua “filosofia literária” sobre o mundo contemporâneo; devemos primeiramente definir e tipificar tais “idéias e conceitos”. Precisamos ainda, considerar o efeito da personalidade de Nietzsche sobre sua obra, posto que, como afirma Bertrand Russell “Nietzsche, embora acadêmico, foi um filósofo literário”, portanto, sua Filosofia não tem o necessário formalismo acadêmico; e esta reflexão explica, em grande parte, a má utilização da obra de Nietzsche por regimes totalitários, assim como a má interpretação do conceito de “individualismo”. Nietzsche é tão famoso e importante como controverso, e trataremos de exprimir nossa opinião sobre o efeito de sua filosofia sobre o mundo contemporâneo e suas facetas políticas.
Sobre Nietzsche, duas questões essenciais devem ser analisadas. Primeiramente, Nietzsche propõe o desafio de “questionar os dogmas, as tradições e os valores morais da humanidade”. Enfrenta com coragem o completo rompimento com o “senso comum”, sentenciando:

Deus está morto! Deus permanece morto! E quem o matou fomos nós! Como haveremos de nos consolar, nós os algozes dos algozes? O que o mundo possuiu, até agora, de mais sagrado e mais poderoso sucumbiu exangue aos golpes das nossas lâminas. Quem nos limpará desse sangue? Qual a água que nos lavará? Que solenidades de desagravo, que jogos sagrados haveremos de inventar? A grandiosidade deste ato não será demasiada para nós? Não teremos de nos tornar nós próprios deuses, para parecermos apenas dignos dele? Nunca existiu ato mais grandioso, e, quem quer que nasça depois de nós, passará a fazer parte, mercê deste ato, de uma história superior a toda a história até hoje! — NIETZSCHE, Friedrich. A Gaia Ciência, §125.”

Neste sentido, Nietzsche abre as portas para o Niilismo, e para o próprio Positivismo. Nas palavras de Heidegger: “Nietzsche é o fim da Metafísica”. E devemos brindar duplamente. O Niilismo reclama que “não existe sentido moral para a vida”; enquanto o positivismo diz que “o conhecimento científico é a única forma de conhecimento verdadeiro”. Tudo aquilo que não puder ser provado pelas diversas disciplinas do pensamento científico, pertencente ao domínio teológico-metafísico; caracterizado por crendices e vãs superstições.  E sendo esta, portanto, a melhor forma de transformar a sociedade e a vida em nosso planeta; tendo, as gerações anteriores, relegado tal papel ao paraíso e à vida eterna. Nossa vida é finita, tratemos de pensar e encontrar os melhores caminhos, aqui e agora.

Por outro lado, Nietzsche propõe os conceitos de “individualismo” e a "lei do mais forte". Conceitos mal apropriados pelo nazi-fascismo, a exemplo das idéias de Engels e Marx, que analogamente, foram mal apropriadas pelo totalitarismo cruel de Lenin e Stalin. Alguns conhecedores apenas dos aforismos de Nietzsche, tendem a confundir o conceito de “individualismo” como a justificativa para as práticas Neo-Liberais.

Analisar o impacto de tais idéias em nossos dias, não é tarefa fácil, tendo em conta que Nietzsche não viveu para ver o fracasso cínico do comunismo, e os crescentes desafios da voracidade capitalista, teorizada pelo escocês Adam Smith; a Democracia tantas vezes travestida, e a ascensão, e o início da derrocada dos regimes Teocráticos; assim como os exemplos interessantes de algumas Sociais-Democracias Européias, ainda que persistam a mácula e a contradição dos sistemas monárquicos.

A Ciência mostrou ser a melhor opção. “Tomar ciência, entender, comprovar, antes de julgar”.  E tirar a Metafisica do caminho foi um grande passo, cujo golpe de misericórdia coube a Nietzsche; e como resultado do esforço e da entrega de grandes homens. Na verdade, continuamos “tentando” completar este passo. E o mundo dito civilizado, começa a entender que “as melhores práticas de convívio”, não vieram de livros sagrados, nem da mítica deísta, teísta, etc. Outros homens, livres pensadores, edificaram nosso acervo de “melhores práticas” de convívio, os nossos “acordos sociais”, e o nosso conhecimento; “iluminando” o futuro “sempre” incerto. Mas a tarefa é contínua, a história é contínua. “Levantemo-nos”! É a nossa vez de aportar verdadeira contribuição. De joelhos nada poderemos fazer. O Silogismo de Dostoiévski, "Se Deus está morto, então tudo é permitido", não floresceu. O Método Científico consolida-se como caminho Ético, em todas as áreas do conhecimento humano.

Com a ajuda da Neurociência Cognitiva e disciplinas relacionadas, avançamos em saber como a mente funciona, e a falácia medieval do Livre Arbítrio enfrenta fortes ataques, tendo os seus dias contatos. O Vaticano admite que: “Darwin estava certo”; mas apenas recua para dizer que “então Deus criou o macaco”; e “negociará” novos recuos, até chegar, “quem sabe”, nas bactérias. Mas quantos anos, décadas, o séculos serão necessários?

John Nash, interpretado por Russell Crowe em “Uma Mente Brilhante”, ganhou o Nobel na vida real por modelar matematicamente o Capitalismo Neo-Liberal; contando ao mundo, entre outras coisas, que o “altruísmo” é, sobretudo, uma decisão INTELIGENTE. Encontramos um pouco de Nietzsche aqui, mas sem a amargura literária. Nash “prova” que uma sociedade onde “cada um lute somente por si”, como preconizou Smith, não é o melhor caminho; e seus membros tratarão de lutar entre si, e esta sociedade deverá estabilizar, para depois decair. De forma que, não por questões metafísicas nem divinais, mas por considerações de cunho prático, decorrentes de nossas boas práticas (científicas), devemos empenhar uma parte de nossos recursos em melhorar nosso entorno. Isso serve de sustentação para Leis Anti-Truste e Anti-Cartel, nos países capitalistas desenvolvidos, e dispostos a regulamentar um jogo livre, mas justo. Tais conceitos servem à Ecologia e ao Desenvolvimento Sustentável.

A recente crise americana mostra “mais uma vez”, pois a história é contínua e cíclica, uma faceta biológica e uma tendência genética - notada por Nietzsche -, e que necessitamos moderar: a ganância e o poder sem limites. Uma ciranda, uma “corrente” orquestrada pelo capital especulativo (assistir 'Inside Job'), deixou de joelhos a economia mais forte do mundo. E provocou “tsunamis” por todo o globo. As melhores práticas de convívio provaram o valor inegociável da liberdade, mas o Governo deve ser o guardião das regras, para que o jogo de “oferta e procura” resulte em benefício. E, tendo o populismo sido abolido e esquecido, poderemos lutar por países realmente desenvolvidos, e baseados na igualdade de oportunidades e na gestão “técnica”. Abaixo os populistas de carteirinha, e esperemos que Lula tenha sido o último dos moicanos em Terras Brasilis. E Assim Falou Zaratustra: NÃO MAIS!

As Teocracias estão sendo desafiadas, Tunísia, Egito, Líbia, etc. Não demos graça à Deus. São homens inteligentes e íntegros que estão lutando. E o mundo dito livre, deve levantar-se em nome da Democracia e dos Direitos Humanos, mas sem exceções. Vamos “ajudar” a Líbia, mas teremos que mexer com a Arábia Saudita, e isso conflita com interesses americanos e europeus. Não seremos verdadeiramente reformadores, se permanecerem feudos e exceções. Islã é “submissão”, e devemos dizer: NÂO MAIS! A todos, e a todo tipo de submissão.

A China precisará enfrentar suas severas contradições, jogando com um pseudo-comunismo de um lado, e um severo capitalismo multinacional de outro. Um “ornitorrinco” político-econômico totalitário, a serviço de uma casta quase “imperial”, que controla um partido único, com idéias monolíticas, absolutas, velhas, e oportunistas; submetendo grande parte da população mundial a um regime de trabalho desumano, sem liberdade de expressão, e sem liberdade para dizer: NÃO MAIS!

Desde uma postura “Iconoclasta”, esperamos que as conquistas de Nietzsche, gritem mais forte do que os contenciosos e maus entendidos. Juntemos nossas vozes ao coro de grandes homens como Voltaire, Bertrand Russel, Comte, Darwin, Sócrates, Aristarco, Copérnico, Kepler, Galileu, Isaac Newton, Faraday, Planck, Einstein, Dráuzio Varella, Sagan, Dawkins; não como “super-homens”, mas apenas para dignificar nossa vida, frágil, finita, e tão bela.

NÃO ASSISTAM O “BBB”, ESTUDEM, DIVIRTAM-SE, DANCEM, NAMOREM, ESCUTEM MÚSICA, LIGUEM PROS AMIGOS, LEIAM UM LIVRO, SAIAM, ROLEM NO CHÃO COM O CACHORRO... MAS NÃO ASSISTAM O “BBB”, RSRSRSRSRSRS...

Escrito por:

KK (irmã do KoKô), Ciçazinha, MiuChui Tatui, Mareolandia, Gabi-Zona, etc... Ahhhh, EU....




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